sábado, 14 de novembro de 2015

Gosto de Sangue: Paris Sitiada


Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro


Público no campo do Stade de France após a série de ataques
(Foto: Michel Euler/AP)


























A Europa está curvada ao terrorismo. Se não há tranquilidade no maior estádio de futebol nem na boate Bataclan, o que dizer da Torre Eiffel, do Moulin Rouge, do Museu do Louvre ou do Tour d’Argent, que já estão fechados. O mesmo sentimento de pavor é vivido em toda a turística Europa, especialmente nos países que se tornaram rotas de fuga dos chamados refugiados árabes, por onde trafegam hoje milhares de milhares de candidatos ao terrorismo religioso, que consegue ser medieval e moderno, ao mesmo tempo.

Não adianta o presidente da França, François Hollande, decretar estado de emergência e fechar as fronteiras de todo o país, após a série de ataques que atingiu a capital Paris a partir da sexta-feira 13, como se fosse um sinistro filme de Halloween ao vivo e a cores, poucos dias depois do 31 de outubro.

Em discurso na televisão francesa, o governante francês anunciou também que enviou o Exército às ruas para cercar as saídas de Paris e a fronteira, advertindo que a operação militar para encontrar os responsáveis e coibir o terrorismo terá caráter permanente.



Foto: Anne Sophie Chaisemartin via AP



















Francois Hollande faz seu papel nesta tragédia, política e social. Mas sabe-se que somente a França já tem mais de 5 mil suspeitos de pertencerem a organizações clandestinas radicais islâmicas, e seus órgãos de inteligência se consideram incapazes de controlá-los. Sabe-se também que aumenta progressivamente a população muçulmana do país, que é refratária ao amor e não se mistura com os franceses pelo matrimônio. Crescem em guetos, já são um país dentro do outro, e em mais quatro gerações serão maioria nas eleições, ostentando o título de eleitor nativo, como autênticos cidadãos franceses. E assim, pouco a pouco, o islamismo avança na Europa, como a religião que mais se expande no mundo.

Autoridades do mundo inteiro estão se manifestando sobre o atentado. Em pronunciamento na Casa Branca, o presidente dos EUA, Barack Obama, ofereceu seu apoio e suas condolências à França. Ele prometeu continuar em cooperação com a França para combater o terrorismo. “Este não é um ataque só a Paris ou à França, mas um ataque à forma como pensamos e aos valores que dividimos”, disse ele, repetindo o lema da Revolução Francesa – “Liberté, Egalité, Fraternité”.

Mas de que vale essa solidariedade, se o presidente dos Estados Unidos ainda traz nos lábios o gosto de sangue e tem as mãos sujas de petróleo roubado, depois das guerras do Iraque, do Afeganistão, da Líbia e da Síria? Os países europeus apenas apoiaram as investidas dos EUA no Oriente Médio, mas estão sofrendo as consequências.

Como está mais distante do epicentro da pilhagem dos petrodólares, digamos assim, os norte-americanos não estão sofrendo as consequências da invasão de seus territórios, como está acontecendo agora com grande parte da Europa, despertando sentimentos nazifascistas em todo o continente.

Essa epidemia política e religiosa é internacional. Para os islamitas fundamentalistas e radicais, a guerra está apenas começando e vai se espalhar por todos os países do mundo, onde vivam os chamados infiéis. O Brasil, país que orgulhosamente registra a mais saudável convivência entre povos e religiões (mas está há anos-luz de conviver bem consigo mesmo como civilização), pensa estar fora do circuito do terror. Será que realmente estamos. Será que nossa delirante presidente voltará à ONU para pedir diálogo e compreensão aos terroristas do Século XXI?






Stade de France: O susto





quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A extinção iminente da dicotomia entre direita e esquerda e outras desgraças


Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro























Inevitável

É inevitável o fenômeno da derrocada das ideologias, mediante a progressiva extinção da dicotomia entre direita e esquerda. Esta situação já é uma realidade concreta nos países nórdicos, que adotaram um regime misto de capitalismo e socialismo para conseguir chegar a uma situação satisfatória em termos de desenvolvimento social, que é tão importante quanto o crescimento econômico, para evitar que se mantenha uma divisão da sociedade em muitas castas, com enorme distância entre os maiores e os menores salários, como ainda ocorre na grande maioria das nações.

Não existe polêmica a respeito dos excelentes resultados obtidos pelos países nórdicos com este democrático regime misto de capitalismo e socialismo, porque se trata de fatos incontestáveis em termos de qualidade de vida, com atendimento adequado em educação, saúde, habitação e emprego, que resultam em evolução também da segurança pública, com baixíssima existência de criminalidade.


Aqui no Brasil, ainda estamos muito longe de atingir este desenvolvimento socioeconômico. Pelo contrário, nossa classe política insiste em manter as diferenças sociais, como se fosse possível manter eternamente a convivência entre a miséria absoluta e a riqueza total. Mas esta mistura não pode existir, é como água e óleo, e o resultado sempre é uma situação explosiva em termos de criminalidade, fato incontestável nas grandes cidades do país inteiro.



Essa dolorosa realidade brasileira nos castiga e faz com que persista aqui a dicotomia entre direita e esquerda, com cada facção culpando a outra pelas mazelas do país. Esta divisão política demonstra ser cada vez mais artificial, embora pelo mundo inteiro continuem a existir adeptos de todo tipo de tendências ideológicas radicais, como comunistas, nazistas, fundamentalistas e até racistas, porque o ser humano é mesmo cheio de defeitos.



Lula paradoxal

Causou surpresa no Ministério da Fazenda a repentina defesa que o ex-presidente Lula fez de Joaquim Levy e do ajuste fiscal durante convenção do PT. Até a semana passada, o líder petista era o maior defensor da demissão do ministro. Com Lula bajulando Levy, acreditam assessores da Fazenda, o ministro, que chegou a escrever uma carta de demissão, ganhou sobrevida. Ninguém se arrisca, porém, a dizer até quando vai durar o apoio do líder petista ao ajuste fiscal.


TCU e Nardes na mira do planalto

Nardes foi o algoz de Dilma. A denúncia parece não ter consistência. Pode ser uma tentativa de desmoralizar o ministro do TCU que mais lutou pela rejeição das contas de Dilma. O Planalto está jogando pesado, como todos sabem.



Bode espiatório

Vaccari vai se tornar uma espécie de Marcos Valério, que não era chefe da quadrilha, mas pegou 37 anos de prisão. Quando quis fazer a delação premiada, já era tarde demais. Hoje, Vaccari divide a cela com José Dirceu, outro que vai mofar na prisão por lealdade aos cúmplices na aventura do enriquecimento ilícito através da atividade política, que deveria ser a mais nobre de todas. Quanto a Vaccari, que sonha em contar histórias para os netos, quando sair da cadeia já terá bisnetos.


Temer e Madame














Michel Temer inovou. Eleito vice-presidente em 2014, com promessas registradas no TSE, decidiu subscrever e divulgar um novo “programa de governo” em nome do PMDB. Faltou explicar se pretende esperar a eleição de 2018 ou se vai aderir publicamente ao movimento para derrubar a ex-colega de chapa.



Outras desgraças iminentes

Pesquisando algumas biografias e trilogias historiográficas concernentes à trajetória do Brasil na qualidade de república, constatei que, em 124 anos, o TCU apenas uma vez reprovou as contas de um presidente. Foi em 1937, quando o governo era comandado por Getúlio Vargas. O parecer do TCU, 78 anos atrás, não foi referendado pelos parlamentares, e Vargas naquele mesmo ano instituiria a ditadura do Estado Novo.


Lógicas

Até os meninos de Lula, sem estudo, sem trabalho anterior aos seus governos, já estão “mexendo” com muita grana! Aos acusados, com provas provadas, cabe defender e demonstrar que a Polícia Federal e o Ministério Público estão errados. Abram suas contas, entregue os documentos e mostrem tudo. Quem não fizer isto tem culpa no cartório. Reclamar, espernear, se esconder, tudo isto só comprova culpa. E tenham um bom dia!