sexta-feira, 15 de julho de 2011

Abrindo os trabalhos escribais...com vocês: "Politica e Afins"

O que é Globalização?
Por Luís Junior
De São Paulo


      A geração dos anos 90 cresceu ouvindo coisas do tipo “aldeia global”, “fim das fronteiras” e etc. Ao tomarmos conhecimento do termo “globalização”, imediatamente nos empurram conceitos pré-fabricados e passamos a acreditar nas maravilhas de uma sociedade global.

      Com o advento da Internet então, tudo ficou mais fácil. A comunicação com os outros povos é instantânea, e parece mesmo que as distancias e as fronteiras realmente não existem mais. Ledo engano. Elas estão cada vez mais sólidas e intransponíveis. É fato que o Oriente, por exemplo, vem perdendo suas fronteiras: Os termos yin e yang chegaram a ser moda nos EUA, e na China, bebe-se Coca-Cola às refeições, entre outros.

      Mas então isso é a tal globalização? Perder suas identidades e adquirir as identidades alheias?

      Quando aos domingos vamos ao “Mc Donald´s” comer “hambúrguer” ou vamos ao “shopping” assistir ao ultimo lançamento de “Hollywood” e adolescentes voltam apaixonadas por Leonardo di Caprio ou por Tom Cruise, estamos fazendo parte da aldeia global?


      Provavelmente sim, afinal o mundo age dentro do mesmo padrão e têm as mesmas preferências. Somos cidadãos do Mundo quando ouvimos as Spice Girls e os Back Street Boys da vida, mas sequer ouvimos falar em Pixinguinha. Que brasileiro conhece a obra de Villa-Lobos? Então globalizar é sinônimo de aculturar? Ou será que a aldeia global tem sua própria cultura?

      A cultura pasteurizada. O que agrada os colombianos?

      Certamente, todos adoraram Titanic. A cultura norte americana esta disponível nos quatro cantos do planeta, mas será que os nova-iorquinos comem acarajé aos domingos? Imaginem se o Barack Obama arma fogueira em frente a Casa Branca, assa milho e organiza quadrilha de São João. Mas nós comemoramos o Halloween.

      Estamos diante de uma globalização unilateral que não aproxima os povos, mas os distancia. As desigualdades são gritantes e as fronteiras agora são abismos. Existe sim uma cultura homogeneizada que sufoca as produções regionais e individuais. Um país rico de cultura como o Brasil, por não sediar as grandes corporações, não consegue divulgar a sua diversidade ao mundo, salvo em alguns casos isolados nem mesmo aos próprios brasileiros. Você sai aos sábados à noite para dançar um xote ou um “tecno”?

      A cultura local está morrendo, dando lugar a uma espécie de “mcdonaldização” da cultura. Estamos vendo uma expansão da Disneylândia como espírito da cultura de massa em escala mundial. É difícil até distinguir cultura de entretenimento. Vê-se, portanto que globalização é uma forma cruel de dominação e manipulação. É de fato o fim das fronteiras, mas somente para os estadunidenses, que enfrentam cada vez menos resistência para nos dominar. Essa dominação, a das mentes, é mais cruel e muito mais eficaz. Enquanto isso, quem tenta ultrapassar as fronteiras dos EUA, morre. Seja na terra ou no mar.

5 comentários:

  1. Excelente texto, meu amigo!
    Vc é ótimo e com citações simples e precisas como deve ser, Juninho! Esse projeto é muito bacana e tem gente muito boa envolvida!
    Um grande abraço, o que eu acho que deveria ser realmente globalizado: o abraço!

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  2. Li o seu texto, pois o do Antonio Siqueira eu já conhecia e devo lhe parabenizar tb pela simplicidade como disse o rapaz acima. A Globalização serviu mesmo para matar mais gente de doenças provocadas por estresse e tristeza.
    "A cultura local está morrendo, dando lugar a uma espécie de “mcdonaldização” da cultura."
    Perfeito, meu grande!

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  3. obrigado meu brother, ando muito enferrujado, afinal faz muito tempo que não me dedico a escrever.
    mas espero conseguir passar bem o pensamento proposto para este espaço.

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  4. Se o amigo está enferrujado e manda uma letra dessas o que esperar se estiuver azeitado. Muito bom! Globalização é pra rico!

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  5. Baroni, este texto é antigo, fiz somente uma adaptação no presidente dos EUA. eu escrevi em 2002.
    mas o incrivel é como continua atual.

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