terça-feira, 31 de dezembro de 2013

O Comunismo Errou

Por Antonio Siqueira do Rio de Janeiro



Pantomina Comunista
   









   

    Os pensadores Karl Marx e Friedrich Engels acreditavam que, para o sucesso do regime comunista, o país onde deveriam ser implantadas as teorias econômicas descritas no Livro “O Capital” seria na Inglaterra, país avançado no regime capitalista. Mas, ao contrário, quis o destino que o processo fosse iniciado em 1917 sob a liderança de Lenin na URSS, um país atrasado, feudal e pobre.

    Pois bem, ao invés de tornar-se na acepção da palavra um regime comunista, o que se viu ao longo do tempo tratou-se de um capitalismo de Estado. Assassinatos de milhões de russos, expurgos, terror, e até uma busca desenfreada para assassinar Leon Trotsky, que deixou o país e foi morto no México por agentes soviéticos com um golpe de picareta desferido covardemente pelas costas. Não podemos esquecer também do atentado que vitimou Lenin e o levou à morte. Portanto, a luta pelo poder a qualquer custo foi a marca desse regime que muitos teimam em rotular como comunista. Regime que criou fantasma e traumas acerca de sua violência, que duram até hoje, mesmo na cabeça de quem esteja há anos-luz desta realidade e que representa um abismo imenso se posto diante às ideias revolucionárias de Marx e Engels. Se olharmos à luz da humanidade, o maior e mais bem sucedido ideal comunista, nasceu da utopia e dos ensinamentos de um jovem carpinteiro de Nazaré, há mais de 2000 anos. A história deste homem fantástico e o seu trágico destino, todos sabem em qualquer canto deste orbe terrestre.

    O comunismo, na realidade ainda não foi implantado em nenhum país e creio que dificilmente irá ocorrer, enquanto perdurar o regime capitalista, que não é a última palavra. Entretanto, é a que está imperando no momento. O processo iniciado na Rússia se multiplicou e guarda semelhança com outros países, principalmente o exemplo chinês, que começou com fortíssimo controle do aparelho estatal e hoje caminha rumo ao mais cruel processo de acumulação de capital na mão de poucos cidadãos em detrimento da imensa maioria do povo amarelo. Tanto nos países que rotulam como comunistas, quanto nos taxados como capitalistas, predominam os privilégios dos grupos que se encastelam em torno do poder para tirar vantagens pessoais da máquina do Estado, visando amealhar fortunas hoje muito "bem protegidas" em paraísos fiscais por seus entes e pessoas queridas.

    Para o povo sobra sempre o mínimo necessário para a sobrevivência. Logo, as castas, que não existem somente na Índia, país profundamente desigual, ocorrem também nos EUA, na Rússia e na China, aqui e acolá. Falar em esquerda e direita com tantas coisinhas miúdas que se somam em um banquete único de ideias e ações absolutamente iguais, que diferem apenas no método de ação destinado a enganar corações e mentes, sinceramente, equivale a acreditar nas mentiras que os poderosos despejam sobre nós a cada dia através dos órgãos de informações públicos e nos privados financiados pelos entes do Estado.

    E a vida segue seu destino inexoravelmente.



*Um Feliz 2014, como menos desigualdade para o mundo humano


sábado, 28 de dezembro de 2013

Os Reféns


Por Osvaldir Sodré da Silva do Rio de Janeiro

Os organizadores, pressionados pela opinião pública, dizem que os bilhões de gastos, não irão somente para os estádios, mas, para a infraestrutura e mobilidade urbana,  mas, o governo afirmar, que  não sairá um centavo dos cofres da União é de tamanha desfaçatez, que chega a ser irritante, mas, que passa desapercebida pela população leiga, e mesmo aos olhos e ouvidos dos que fingem aceitar, por usufruírem do que está aí.

Ora, se é o BNDES quem financia, com linhas de crédito a juros subsidiados, e tomados pelos  governos dos estados, quem paga, paga com dinheiro público, e mais, se do total estimado de R$ 28 bilhões, R$ 6,5 bilhões vieram do orçamento federal, e R$ 7,3 bilhões dos governos estaduais e municipais, há dinheiro público em jogo, pois, apenas R$ 5,6 bilhões são recursos privados.

No caso do Recopa, não somente os leigos, quiçá a maioria diria que é a Copa das Copas, e faz sentido, mas, é uma sigla,  criada em 2010, para nominar o Regime Especial de Tributação para Construção e Reforma de Estádios da Copa, cuja finalidade é desonerar as construtoras de impostos, e tarifas de importação, equipamentos e contratação de serviços, e com isto, os cofres públicos deixarão de arrecadar  mais de R$300 milhões, e  a FIFA, somente ela, ficará isenta de R$1 bilhão.

A se comparar os gastos da África do Sul, R$ 7,7 bilhões de reais; do Japão  R$ 10,1 bilhões, e da Alemanha  R$ 10,7 bilhões, quando sediaram as copas, o Brasil já ultrapassa a soma dos três.


Talvez por isto,  a opinião pública, se mobilizou harmonicamente, ao mesmo tempo, com tanta violência,  em passeatas, iniciadas com apelo para a redução dos R$0,20 das passagens, se fundiram, confundiram com as questões dos médicos, da saúde e da própria copa e dissiparam-se com a mais anárquica das anarquias dos “black blocs” tupiniquins.

Pode ser que voltem com a proximidade do evento, sendo certo que nada muda, se não mudarem as regras das eleições, dos votos, pois, que hoje, a pluralidade de partidos, mais que balcão de barganhas, mantém o status quo, e a indiferença dos políticos, fazendo o povo, refém de um grupo que usa a democracia, melhor invento político da humanidade, para silenciar  a maioria, em detrimento dos crimes da minoria, se perpetuam no poder, próprio dos regimes autoritários. Ditadura democrática?

Nunca se viu e denunciou tanto roubo, ao mesmo tempo que nunca se viu tanta corrupção, com o país em 72º dentre 177 países, no ranking dos mais corruptos, mesmo com o esforço de alguns membros do STF, difícil se livrar desta posição incômoda, e para isto, deva se libertar de dogmatismos ultrapassados, da manutenção da política econômica do engana bobo, em que projetam um PIB lá em cima, e uma infração lá embaixo no início do ano, invertendo-se ao final, restando dourar o PIBinho, minimizando-o com desculpas, sem eliminar vícios e corrigir erros, perde o passo da história, e a oportunidade de dar um salto de qualidade, enquanto a Europa e os EUA, revertem a situação da crise mundial que bateu mais lá que aqui.

Por tudo isto, os insatisfeitos gostariam de entender, por que há recursos para a Copa, e não para os aposentados, para os hospitais, para as creches, tema de nossa crônica Caminhos Tortuosos, em que as meninas mães, maioria dentre os 10 milhões de jovens, que  não estudam, nem trabalham, vivem das bolsas votos, não tendo onde deixar seus filhos.

Quais motivos, além de políticos, levou a escolha, por exemplo de Brasília e Manaus,  com capacidade para 71 mil pessoas, a um custo de R$ 1,2 bilhão, e  para 44 mil torcedores, a um custo de R$ 583 milhões, respectivamente, se ambos não têm público, sequer clubes de expressão, para mantê-los.

Se a conotação dada as obras foi de padrão FIFA,  não será o programa Mais Médicos, que salvará a situação da Saúde, onde  o caos chegou as classes que ainda suportam pagar planos de saúde, que hoje se assemelham ao padrão SUS, não por falta de médicos e sim, de políticas de financiamento para o Sistema Único de Saúde, que ainda não implodiu, pelo aporte de 40% que vem do setor privado.

Para passar estes dias de transição dos tempos, lendo a obra de Kalil Gibran Kalil, achei por bem incluir parte do texto, posto que se encaixa neste Brasil de hoje, talvez de sempre:


..."ai da nação que veste roupa que não teceu, e come pão que não segou..., ai da nação que só se rebela quando seu pescoço está entre a espada e o cepo..., ai da nação que recebe todo novo governante com trombetas, e dele se despede com apupos, para receber outro governante com trombetas..., ai da nação cujos sábios estão mudos pelos anos..., cujo estadista é uma raposa, e cujo filósofo é um prestidigitador, e cuja arte é a arte da maquilagem e da mímica".

domingo, 22 de dezembro de 2013

Um Corrupto em Harvard e Outras Histórias


Por Antonio Siqueira - do Rio de Janeiro



Um canalha em Harvard


@arte:AS
Ancelmo Góis, colunista de O Globo, é o que chamo de "Pessoa Certa no Lugar Errado". O sempre bem informado Ancelmo publicou uma pequena nota, com a lucides e o sarcasmo que são seu cartão de visitas, noticiando que o Secretário Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Sérgio Côrtes, deixará o cargo no próximo dia 31. Ele vai estudar em Harvard. No seu lugar assumirá o atual diretor do INTO Marcos Musafir.O futuro secretário foi consultor da OMS e presidente da  Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.

      Sergio Côrtes já vai tarde. Foi cúmplice do governador Sérgio Cabral nas negociatas na área de saúde. Médico, funcionário público federal, ficou rico da noite para o dia. Comprou um luxuoso e imenso apartamento de cobertura na Lagoa Rodrigo de Freitas, com cinco vagas na garage, pagou à vista, em dinheiro vivo, subfaturado, é claro. Comprou, inclusive, uma mansão em Mangaratiba, perto da propriedade de Cabral, mas sonega o IPTU, pagando apenas como se fosse um terreno baldio.

Tudo isso é mais que sabido. O que ninguém sabe é como uma universidade renomada como Harvard aceita como aluno um desclassificado como Sergio Côrtes, um dos mais destacados membros da Turma da Corruptela. A célebre instituição de ensino superior do Massachusetts já não é a mesma, é só o que se pode dizer.

      Porém, se for do interesse ilustre leitor contar esta história à uma universidade que investiga até os mínimos delitos de seus admissionandos e "denodados" alunos, Harvard, como toda instituição que se preze, tem uma Home Page: http://www.hupd.harvard.edu/ e uma página para denuncia de delitos cometidos atualmente ou no passado neste link: Harvard University Police Department
O site desta tão renomada academia tem tradução para 55 idiomas, inclusive o português brasileiro. Eu já contei a minha história. Conte a sua. Muita gente deve ter morrido no Estado do Rio de Janeiro por conta da administração do Doctor Playboy de Mister Cabral.



 Partido Pirata do Brasil

      A versão mais recente do projeto de lei que cria o Marco Civil da Internet desagradou o Partido Pirata do Brasil, que semana passada anunciou sua oficialização, e, em nota, condenou o texto. “Os anseios e demandas da sociedade brasileira, a começar pela urgência de uma regulamentação adequada da internet, que favorecesse a liberdade de expressão e a democracia, foram deixados em segundo plano”, reclamam.
Dois pontos incomodaram os piratas. O primeiro está no Art. 16 e institui a obrigatoriedade da guarda de dados de acesso e serviços online por seis meses, prazo que pode ser ampliado a pedido das autoridades. Para o partido, a medida permite monitoramento e “intimidação” dos movimentos sociais que usam a internet para exigir mudanças no Brasil.

“A invasão da privacidade de todo e qualquer internauta passa a ser, mais do que um modelo de negócio questionável, uma obrigação legal imposta pelo Estado; que pode acarretar na coisificação do usuário, pois existe a possibilidade de venda dos logs”, afirmam.



Provedor


     A outra reclamação é relacionada ao fato de que um provedor será obrigado a tirar do ar qualquer conteúdo que irritar um internauta, bastando que este faça uma notificação simples, sem sequer acionar a Justiça. O trecho se refere estritamente a casos de “pornografia de revanche”, mas os piratas consideram a ideia “inadmissível”.

“O Art. 22, ao estabelecer o sistema de notificação e retirada, conhecido como notice-and-take-down, é uma surpresa negativa; não apenas pela forma reativa e pouco discutida do texto, mas considerando o desrespeito à experiência de elaboração coletiva do próprio projeto, no qual proposta semelhante foi objeto de forte crítica da sociedade em 2010.”



Nelson Mandela


      A família de Madiba já estava brigando aos berros pelo acesso à fazenda e à casa do ex-presidente da África do Sul e Prêmio Nobel da Paz. Mandela era de família abastada na Johanesburgo do começo do século XX. Depois que largou tudo, profissão (Mandela era advogado), o conforto do lar, o casamento e as facilidades,  na luta contra o apartheith, e foi preso em 1959; os bens de seus pais foram detonados por familiares, após a morte destes. Mandiba era um desafortunado neste ínterim. Tanto irmãos, quanto filhos e primos são verdadeiros gafanhotos famintos. Que Madiba descanse em paz, pois neste orbe pesado que é a Terra, sua missão está mais que cumprida.


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Observações bastante pessoais do autor

      Algumas pessoas confundem Nelson Mandela, achando que ele era um "comunista sectário trabalhista", apenas por ele lutar para que seu povo não fosse dizimado pela força bruta do racismo. Mandela nunca foi comunista, alias o mundo não sabe o que é o comunismo e nunca saberá. O comunismo sabotado que assombrou o mundo com ditaduras e genocídios, não é concernente às teorias de Carl Marx e Friedrich Engels e os poucos que os compreenderam e tentaram, em vão, explicar, não impor, como Jean Paul – Sartre, Herbert Marcuse, Eric Hobsbawm e Michel Foucault, não é isso que se viu e ainda se vê. O que se vê são ditaduras de esquerda e de direita, todas duas matam. A ditadura brasileira, a quem ela privilegiou e quem ela perseguiu?

      O mundo transformou-se rápido numa caixa de ressonância da política externa dos EUA. Qualquer boato, teoria ou conversa fiada acerca do socialismo ou comunismo, assusta aqueles que, mesmo sem ter um puto em seus bolsos, sonham com o dia em que pilotarão uma Lamborghini ou, no mínimo do “titiquês” da miserável existência, sonham em ter uma TV de plasma para esfregar na cara do vizinho que ainda assiste o seu velho televisor valvulado. Agradeça isto a Joseph McCarthy, senador norte americano nos anos 1930, 40 e 50 do século passado. Corrupto, mal caráter, burocrata e alcoólatra, McCarthy valeu-se de campanha osmótica contra o comunismo e promoveu um período negro na história daquele país que ficou conhecido como “Caça às Bruxas”. A fábula de que “comunistas comem criancinhas” é oriunda desse período. Sem querer estender-me muito e já o fazendo. A era do "macartismo" começou com uma trapaça para chegar ao senado, destruindo a imagem de seu concorrente, Robert La Follette, para promover a sua própria campanha. Desqualificou a reputação de La Follete, afirmando que este não tinha se alistado no serviço militar durante a guerra. Como os estadunidenses só diferem dos "acarneirados" brasileiros por adorarem guerras e terem mais recursos, McCarthy ganhou a eleição e tornou-se senador. Como a reeleição se aproximava e tudo pendia para um fracasso, McCarthy, cujo primeiro mandato foi não impressionante, procurou maneiras de garantir o seu sucesso político, recorrendo à corrupção. Edmund Walsh, um companheiro próximo, da Fente Católica e Anti-Comunista, sugeriu uma cruzada contra os chamados "subversivos comunistas". McCarthy, animado com a possível repercussão, concordou e, aproveitando a onda da nação de terror fanático contra o comunismo, ressurgiu em 9 de fevereiro de 1950, alegando ter uma lista de 205 pessoas no Departamento de Estado, que eram conhecidos ou membros do Partido Comunista Americano. O público americano foi à loucura com o pensamento dos comunistas sediciosos que viviam no país, e rugiu para a investigação dos agitadores subterrâneos. Nem todos os indivíduos desta lista eram comunistas, alguns tinham provado apenas serem alcoólatras ou terem comportamentos sexuais desviantes. Independentemente disso, McCarthy, incansável, se tornou o presidente da Comissão de Estado sobre Operações do Senado, ampliando seu escopo para "investigar" os dissidentes. Ele investigou por mais de dois anos, questionando vários departamentos governamentais e o pânico decorrente dos "caça às bruxas" e este medo do comunismo tornou-se conhecido como macarthismo.

       Joseph McCarthy acusou vários cidadãos inocentes, principalmente Owen Lattimore, de serem associados ao comunismo. Ao longo do caminho, ele teve Louis Budenz, o ex-editor do Daily Worker como aliado. Foram 13 anos de um verdadeiro inferno. Outra vítima de acusações falsas comunistas de McCarthy era de Drew Pearson, um crítico que desacreditva as acusações de McCarthy regularmente através de colunas e programas de rádio. McCarthy fez sete discursos ao Senado contra o jornalista e apresentador que resultou na perda de patrocinadores para o "Show de Pearson". A queda de McCarthy finalmente começou em outubro de 1953, quando ele resolveu a investigar "infiltração comunista nas forças armadas." Esta foi a gota d'água para o então presidente Dwight D. Eisenhower, que percebeu que o movimento de McCarthy precisou ser interrompido. O Exército reagiu com as acusações e a "ficha" do povo estadunidense acabou caindo. Ele perdeu seu cargo de presidência da Comissão de Estado sobre Operações do Senado e, em dezembro de 1954, uma moção de censura, o que é uma repreensão formal, a partir de um corpo poderoso, foi emitido condenando sua conduta com a contagem dos votos em 67 a 22. McCarthy foi praticamente destituído de seu poder. Morreu em maio de 1957 depois de ter sido diagnosticado com cirrose hepática devido ao consumo excessivo de álcool. Deve estar purgando no profundo de todos os infernos, mas seu legado continua vivo e impedindo pessoas racionais de distinguir o que é ou não o "Monstro Comunista".



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      Nestes tempos natalinos, o “cristão” moderno não tem a mínima ideia de quem foi Jesus que, alias, é o símbolo máximo e o que motiva o que chamam de Natal aqui no ocidente. Nos ensinamentos e ideais deste jovem galileu, eram e são primordiais a igualdade de direitos sociais, o "pão nosso" para todos, a liberdade de expressão, o pagamento justo ao trabalho humano, a fraternidade, o amor ao próximo sem julgamentos, enfim, tudo que a sociedade ocidental capitalizada, historicamente é contra e massacra. Portanto, Papai Noel é o "Jesus do Capitalismo Cristão" e, espero eu, que não confundam Jesus de Nazaré com Marx ou Engel. Pois se olhado por uma ótica conceitual e expressionista, Jesus era e é o único comunista legítimo que andou por este orbe terrestre complicado e mesquinho.

      O grande economista inglês, Lord Keynes, deu a melhor solução: regulando bem o capitalismo, via ação do Estado, sem perda da preciosa liberdade, mas combatendo o desemprego e distribuindo melhor a renda, via tributação progressiva. Foi o New Deal do Presidente Roosevelt, aplicado nos EUA, e também na Inglaterra e principalmente e antes, nos países escandinavos.


Um Feliz Natal para quem vive o verdadeiro Natal. 


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Caminhos tortuosos


Por Osvaldir Sodré da Silva - do Rio de Janeiro


Quando que em um país sério, um ministro da fazenda,  minimiza a cada mês os números ridículos do PIB, e dá dez culpas e não desculpas?
Na ditadura militar, em pleno período do “milagre econômico”, um dos generais  disse à nação: “A economia vai bem, mas o povo vai mal.”
Há tempos, a  mentira e a farsa assolam o país. Os governantes passam ao povão, que a dívida externa foi paga, não diz como, pagam elevando  a dívida interna, e hoje temos duas altas dívidas.
O povo prefere futebol,  e carnaval, pouco se lixando com altas dívidas;  não têm noção de que a quantidade de ministérios, secretarias com status de ministério, furam seus bolsos e miram as urnas.
Antes, ser político era ser mais um funcionário público, passou a ser sinônimo de emprego vitalício, de pai para filho, e agora para os netos, pasmem!
Será  que algum dia, estes políticos refletirão no que estão realmente se propondo?
Bolsas isto, bolsa aquilo, utilizando o minimiza do ministro, minimiza, mas, o povo necessita é de trabalho e, não que tenham mais filhos para ganhar mais, ou que provoque o desemprego para receber o seguro.
Quanta politicagem!
Projetos não agregam o povo do interior. Não  há um processo de formação, voltado  para eles, há os de fachada, como os que trabalham no desvio do São Francisco, real desvio  para os bolsos.
Já nos grandes centros, os jovens, induzidos  ao consumismo desenfreado,  em que o automóvel,  se alia ao álcool,  a droga de entrada, e os recordes se acumulam, de ser um  país que  mata mais nas estradas, que nas guerras.
 Esta ganância desenfreada pelo poder, prova de outro recorde: maior arrecadação de impostos, inclui-se a bitributação: conta de luz,  do  IPVA, pedágios e outras tantas, sem que haja retorno de benefícios ao povo.
Passeatas podem não chegar a lugar algum, pelo simples fato que os políticos são insensíveis, mas, os números da economia, demonstram que a distribuição de renda continua a se dar de forma desigual, como disse o general.
E a  mudança do que está aí, só virá pela educação. Um país continente, nossa maior tragédia social. Hoje temos dez milhões de brasileiros com menos de 30 anos, que não estudam, e não trabalham, pior se dá com as meninas, cuja maioria com mais de um filho,  alegam  não estudar, por não ter quem cuide dos filhos.

O que será do país, quando estas crianças tiverem na idade destes pais?

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Voltando a Ativa

Por Luís Junior- de São Paulo

Bem, faz tempo que não escrevo, e isso se deve por minha descrença no sistema partidário aqui na nossa terra, por anos participei ativamente de um grupo político que me orgulho muito, o núcleo Leon Trotsky, lá fazíamos reuniões e ações de conscientização da população, principalmente na Zona Oeste, participamos de fóruns de discussão no MST, MTST, Movimento estudantil, entre outros, passamos por três partidos em busca de um projeto de governo que contemplasse todas as nossas expectativas, e em todos encontrávamos o mesmo problema, uma rivalidade quase infantil e a ausência de propostas.

No PT vi que lá o que importava era “quantas garrafas” você tinha para por à mesa. Leia-se por garrafas quantidade de pessoas ligadas ao seu grupo.  Nós éramos tratados como aberrações por fazer atividades políticas fora da época de eleições, e principalmente baseando nossas ações em conscientizar a população que não se muda a sociedade através do voto. No fim saímos e começamos a conversar com o PSTU.  Lá descobri que o partido orbitava em fazer críticas ao PT, mas sem uma proposta concreta para a mudança na sociedade, toda e qualquer politica era voltada em dar visibilidade ao partido, até chegarem ao cúmulo de filiar um indivíduo que se arvorava de ser o grande expoente do “Fora Collor”. Uma figura que não merece o nome escrito, mas o que esperar de um ser que estava em um partido Stalinista e após a farra das carteiras da UNE, ter sua “imagem” arranhada, decide ser revolucionário. No momento que ele entrou em nosso grupo saí.

Chegamos a conversar com alguns grupos da IV Internacional Comunista como a LBI (liga Bolchevique Internacionalista) e esta, sim, foi umas das experiências mais surreais que eu já tive. O Rapaz que ficou responsável por nos passar todo o programa começou a atacar todos os grupos trotskistas que não eram da LBI, chamando de pelegos PSTU, PCO, etc...  Na segunda semana o cara some e não dá nenhum contato, após quase um mês encontramos o cara e ele tinha entrado para a igreja universal. Dizia que ‘ser comunista era errado e que só Jesus salvava’... No outro mês aparecem lépido e faceiro querendo discutir sobre política. Bem, nem preciso dizer que mandamos o cara para a PQP.

Após meses de atividades começamos a conversar com o PCO e sobre o programa político.  Participamos de vários eventos e estudos políticos que, sinceramente, foram fantásticos; tirando a mania de cachorro sem dono por causa de uma briga entre o PCO e o PSTU, também notei uma tendência em não discordar do presidente do partido.  Quando eles começaram a campanha Nacional pela meia entrada nos ônibus, queriam que nós do RJ fizéssemos a campanha. Argumentei que no RJ os estudantes da rede estadual não pagavam a passagem, e que o RJ era favorável ao passe livre total. Escutei que deveria seguir a diretriz da executiva nacional, foi o bastante para sairmos de lá. Após isso decidimos desativar o núcleo. Com isso fui me afastando e perdendo a motivação de lutar por uma sociedade melhor.
Após este longo período sabático, eis que vejo nas redes sociais a ideia de um partido diferente, que luta por mudanças no modo de democracia em que vivemos.  Após ler vários manifestos e documentos me senti compelido a cerrar fileiras nesta nova ideia. O Partido Pirata do Brasil. Vejo pontos que avançam para o século 21. Vou elencar alguns.


-O Partido Pirata não tem dono. Não foi fundado por um empresário ou político profissional em busca de uma legenda para chamar de sua ou alugar a quem der mais.




 



Colaborativismo
O Partido Pirata não concentra o poder nas mãos de poucos dirigentes.
O Partido Pirata do Brasil tem compromisso programático de empregar formas descentralizadas e colaborativas de elaborar e executar suas ações oficiais.
Quando nos deparamos com questões novas, encaminhamos debates e deliberações das quais participam todos os membros com as ferramentas de internet para construir nossos posicionamentos. É a sociedade que queremos construir.

Com isso estou me filiando à causa Pirata e lutando para que isso se torne realidade o mais rápido possível.

Links Uteis:










quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Coréia: Sessenta Anos de um Conflito


A Guerra dos Cretinos 

    Por Antonio Siqueira - do Rio de Janeiro



@arte:dreamstime

           

                         














           Há quase seis meses, mais precisamente no dia 27 de maio, a imprensa estatal chinesa noticiou que Kim Jong-un, o lunático ditador da Coréia do Norte, escreveu em carta de próprio punho que desejaria retomar as negociações sobre o programa nuclear norte-coreano com seis participantes, as duas Coreias, Estados Unidos, Rússia, Japão e China. A oferta foi rejeitada pela presidente sul-coreana, Kim Hyung-seok. É possível que o gordinho aloprado volte a fazer ameaças, manobras de guerra e outras sandices símias mais. Macacos são menos bufões que este jovem retardado que herdou o poder de um país arruinado miseravelmente pelo comunismo de cartel. Coréia do Norte e Coréia do Sul concordaram com um armistício em 27 de Julho de 1953, onde nenhum dos dois países assinou nada. Em suma: continuam oficialmente em guerra 60 anos depois.

                        Enquanto sua população carece da mais básica das matérias-primas, a Coréia do Norte concentra há mais de quarenta anos, todos os seus recursos na corrida armamentista, seu exército é o quinto maior do mundo em números. Os coreanos do norte sempre foram armados até os dentes por China e Rússia e com o fim da União Soviética, cientistas e generais russos, todos com conhecimentos notáveis em logística atômica, saíram pelo mundo vendendo seus serviços por alguns Bilhões de dólares. Como Paquistão e Índia conseguiram desenvolver tecnologia para serem hoje, duas temidas potências nucleares? Explica-se aí o fato de a falida Coréia do Norte possuir armas nucleares e que poderiam ser transportadas em mísseis de cruzeiro. Alguns destes dissidentes do falecido regime comunista do exército vermelho estão bilionários e, na maioria dos casos, anônimos.

                   A Perestróica, ou reconstrução econômica, foi iniciada em 1985, logo após a instalação do governo Gorbatchóv. Consistia num projeto ambicioso de introdução de mecanismos de mercado, renovação do direito à propriedade privada e diferentes setores e retomada do crescimento. A Perestróica visava reduzir os monopólios estatais, descentralizar as decisões empresariais e criar setores comerciais, industriais e de serviços nas mãos de proprietários privados nacionais ou estrangeiros. Só que essa reforma não soube o que fazer com os mísseis nucleares e seus engenheiros, cientistas e oficiais militares que residiam nas repúblicas separatistas. Aliás, este separatismo fazia parte do pacote de reformas, porém o arsenal foi deixado em segundo plano. Deu no que deu: centenas de apreensões feitas pelas marinhas norte-americana, francesa e inglesa de dispositivos, peças para montagem de centrífugas e contrabando de plutônio enriquecido se sucederam nestes 28 anos. O vasto material que passou ou foi entregue e montado por estes cientistas militares, aperfeiçoa hoje, as máquinas da morte de alguns líderes de nações terroristas como a Coréia do Sul. Com as bênçãos de China e Rússia, sentem-se à vontade para ameaçar que quer que seja.

                  Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a derrota de Hitler e do Império Expansionista Japonês, a grande ameaça ao “Tio Sam” e à Europa sofisticadamente capitalista, passou a ser o Comunismo. Este “fantasma” pronto para comer as criancinhas do mundo, a confiscar os seus bens e a aterrorizar o ‘status quo’ coletivo.  O Comunismo manifestado por Karl Marx e Friedrich Engels seria um sistema socioeconômico que negaria a propriedade privada dos meios
de produção. Os meios de produção são de propriedade comum a todos os cidadãos e
são controlados por seus trabalhadores.  Sob tal sistema, o Estado não teria necessidade de existir e seria extinto. Como o cristianismo e outros “ismos”, Marx e Engels foram sabotados.  O Comunismo que urgiu no começo do século, cuja Rússia foi o primeiro “Estado Moderno” a adotar o regime, foi um sistema de governo bolado por espertinhos e que consistia na dominação do povo por uma minoria que vivia nababescamente enquanto o povo recebia o mínimo necessário para sobreviver. Na Rússia o povo ganhava muito pouco e, além disso, não tinha nem onde gastar esse pouco porque os supermercados viviam às moscas, sem mercadorias. Enquanto isso os membros da "nomenklatura" (a classe dirigente) tinham tudo do bom e do melhor. E o mundo conheceu esta face, que na teoria dos manifestos visava diluir a pobreza e a desigualdade, tornava-se um estorvo sem precedentes fechado por uma cortina de aço.

                   Os Estados Unidos da América eram um território habitado por indígenas seminômades no final do século XV, quando Cristóvão Colombo, um navegador cuja inteligência era limítrofe e teimoso ao extremo, descobre a América. Entre os séculos XVI e XVII, os espanhóis exploraram a Flórida e o Colorado; os portugueses, a Califórnia; os franceses, o vale do Mississippi; e os holandeses fundam a colônia de Nova Amsterdã – tomada em 1664 pelos ingleses, que rebatizam sua capital como New York. Mapeado por William Hack, um inglês fabricante de mapas, porém longe de ser um cartógrafo. Para trabalhar nas colônias britânicas, escravos negros foram trazidos da África a partir de 1619. No ano seguinte, uma seita de presbiterianos ingleses, mais rigorosa, conhecida como "puritanos", funda Plymouth... Entre 1630 e 1640, uma grande migração de colonos britânicos povoa Massachusetts e Connecticut. O regime de relativa autonomia de que gozam os povoadores das 13 colônias britânicas é alterado entre 1764 e 1775, quando a Inglaterra aumenta os impostos e lhes restringe as atividades econômicas. Em resposta às medidas, as colônias declaram guerra à metrópole em 1775 e, em 04/07/1776, dá-se na cidade de Filadélfia (no Estado da Pensilvânia) a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América.
   
              O reconhecimento da soberania norte-americana ocorre em 1783. A Constituição dos Estados Unidos é escrita e ratificada pelos 13 estados, entrando em vigor em 1789, quando George Washington torna-se o primeiro presidente dos EUA. Durante o século XIX, o país expande seu território até o Pacífico por meio de compra de possessões, guerras e conquista de territórios indígenas. Em 1803, a Louisiana é comprada da França. Em 1819, a Flórida é adquirida da Espanha. Entre 1846 e 1848, na guerra contra o México, os EUA conquistam a região que vai do Texas à Califórnia. Entre 1848 e 1850, a chamada corrida do ouro atrai mais de 80 mil pessoas à Califórnia. Novas migrações para o oeste, de 1850 a 1890, dizimam as tribos indígenas rebeldes. A conquista de territórios se estende até o Alasca, comprado da Rússia em 1867. Nascia ali o Império Capitalista, a "Roma Moderna" que mudaria o mundo e seus costumes até os dias de hoje. Belicistas por natureza, os Yankes ajudariam a incendiar um pouco mais o mundo conhecido e seria a antítese mais poderosa do Socialismo Europeu. Depois que o ultimo canhão se calasse na Segunda Guerra Mundial, o mundo conheceria outros demônios tão terríveis quanto os nazistas, fascistas e imperialistas japoneses, porém; agindo com as bênçãos e concessões da legitimidade. Os assassinos institucionais matariam até o Terceiro Milênio em nome da “liberdade”.

               A Guerra que dividiu a Coréia em dois territórios foi primeira batalha militar a opor capitalistas e socialistas, deixando o mundo quase à beira de uma guerra nuclear. Semente esta, plantada em 1945, com o fim da Segunda Guerra. Na ocasião, a Coréia (na época, ainda um único país) estava ocupada pelos japoneses que começavam a se render às tropas aliadas. Os dois principais líderes do bloco, os Estados Unidos e a União Soviética, concordaram em dividir a rendição: os soviéticos receberiam as tropas nipônicas que estivessem na parte norte da Coréia, acima da latitude de 38 graus, enquanto os americanos cuidariam dos soldados do sul. Esse episódio acabou fracionando o país e gerando as duas Coreias. A do Norte, ligada à União Soviética, se tornou comunista. A do Sul continuou abraçada ao capitalismo, apadrinhada pelos americanos.

                O Presidente Henry Truman, que havia sido eleito para um novo período em 1948, sabia que a União Soviética tinha forças colocadas em posição de ataque em uma dúzia de lugares estratégicos da Alemanha à Turquia. Era evidente que eles não desejavam esperar que a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) se tornasse poderosa. Em junho de 1950, chegava a noticia de que a Coréia do Norte, armada com tanques e aviões russos, havia ultrapassado o Paralelo 38 em busca da expansão de seu território e encontrava às portas de Seul, capital da Coréia do Sul.

                Embora os EUA tivessem declarado por inúmeras vezes que jamais interviriam na região depois do mar de sangue em que já havia mergulhado há Ásia cinco anos antes e do General Douglas Mac Arthur, herói condecorado da vitória do Pacífico, tivesse dito que qualquer pessoa que considerasse conveniente o envolvimento de forças norte-americanas na Ásia deveria mandar examinar a cabeça, Truman e seus conselheiros sentiram a necessidade de uma ação imediata. Em 24 horas o presidente anunciou que estava enviando forças aéreas e navais dos EUA para a Coréia do Sul que e havia ordenado que a Sétima Frota Naval protegesse Formosa.
   
                 Durante seis semanas os sul coreanos, americanos e outras forças formadas travaram uma batalha sangrenta em que nenhum um lado nem outro sediam um metro sequer. Os norte-coreanos mostravam uma bravura fanática. Muitos deles haviam lutado nas fileiras chinesas,. Japonesas ou russas durante a Segunda Grande Guerra. Além do mais, possuíam excelente equipamento soviético, especialmente tanques e eram superiores em números. Porém o Oitavo Exército Americano aguentou firme e com as tropas da ONU retomando a ofensiva, desembarcaram em Seul e neutralizaram o inimigo. No final de setembro, Seul se encontrava novamente nas mãos de Syngman Rhee, presidente da Coréia do Sul na época. E logo depois as tropas defensoras já perseguiam os invasores do outro lado do Paralelo 38. Uma questão crucial agora teria que ser respondida: as forças da ONU deveriam parar ou continuar o avanço até subjugar toda a Coréia do Norte e unificar o país? Mac Arthur estava convencido que se avançasse e perseguisse o inimigo além do Rio Yalu, fronteira com a Manchúria e a Sibéria, iria tomar as montanhas, conseguir mais gente e capturar mais tanques e a aviões russos para renovar o ataque. Só que havia um, porém perigoso neste caminho de ambições do general yanque: ele acabaria indo mais longe do que deveria. O Ministro das Relações Exteriores da China, Chao Em-Lai, afirmara dias antes que os chineses não assistiriam de braços cruzados à invasão de seus vizinhos e aliados norte-coreanos. Quando parecia que a resistência norte-coreana havia terminado por completo, as tropas norte-americanas encontraram, a 30 de outubro, grandes unidades de tropas chinesas a cerca de 75 quilômetros ao sul do Yalu. Reconhecimentos subsequentes davam conta de que os chineses tinham concentrado um exército de cerca de 850.000 homens na Manchúria e estavam movimentando unidades avançadas em direção à Coréia do Norte.

                Mac Arthur, ansioso por descobrir os objetivos chineses, resolveu pagar para ver. Ordenou ao oitavo Exército iniciar uma ofensiva geral em 24 de novembro. A decisão de Mac Arthur foi um erro estratégico e quase fatal, pois os chineses contra-atacaram em 26 de novembro e dividiram quase que completamente as duas alas norte-americanas e praticamente dizimaram as forças da Coréia do Sul. O Oitavo Exército se retirou para a área de Seul. Após duas semanas de luta desesperada, o que restava da segunda divisão de Fuzileiros Navais e de três divisões coreanas chegava ao porto de Hungnan, sendo evacuada para a linha principal de defesa das Nações Unidas numa das operações mais espetaculares da história da guerra moderna. No dia 16 de Dezembro, o Presidente Truman declarou estado de emergência nacional.



@image:dreamstrime

                 A luta na Coréia, no inverno de 1951, foi provavelmente uma das mais cruéis da história americana. O frio e as tempestades; o terreno acidentado com montanhas escarpadas, pântanos traiçoeiros e rios sem pontes; a ferocidade de um inimigo que não concedia quartel; a natureza desesperada e determinada das batalhas e que, às vezes, regimentos inteiros deixavam-se dizimar por horror de serem capturados pelo inimigo. Tudo isto transformava a luta em uma experiência penosa. E Abril de 1951 os comunistas realizaram dois ataques ferozes que custaram 200.000 vidas. As retaliações das forças americanas, mais a ONU foram igualmente carniceiras e os capitalistas cruzaram mais uma vez o Paralelo 38, a Coréia do Norte foi quase que totalmente destruída. No meio deste fogo cruzado, a política ia mal, a opinião pública horrorizada com a possibilidade de uma terceira guerra mundial. Boatos de que Truman ordenaria mais cedo ou mais tarde ataques nucleares contra a Coréia do Norte e a China se chegavam cada vez mais perto da realidade. Truma destituiu Mac Arthur e a possibilidade de um cessar fogo passou a ser negociada. A URSS abriria A negociações na ONU no começo de 1952 e os EUA reconheceriam assim a soberania japonesa.


             Nesta farra de bombas do Capitalismo VS Comunismo, 2,5 milhões de mortes, a maioria de civis inocentes, fora a conta da aventura geopolítica entre EUA, URSS e China. O cessar fogo foi acatado, os norte-americanos retiraram a maior parte de seu contingente até dezembro de 1953. As duas Coreias permaneceram divididas e destruídas. O armistício das duas nações não foi oficializado, o que se conclui que as duas Coreias ainda estão tecnicamente em guerra. As ameaças da Coreia do Norte se repetiram ao longo destes anos, e aumentaram de dois anos para cá, quando é, praticamente, reconhecido seu poderio nuclear. As provocações por parte dos Comunistas do Norte são antigas e com a ascensão do Gordinho Retardado ao poder e no comando do exército, podem chegar ao extremo. Em 27 de julho próximo, completam 60 anos de um cessar fogo que não convenceu a humanidade. O Teatro de Cretinices continuará, até que alguém tome a infeliz iniciativa de apertar o tão temido botão vermelho do seu arsenal atômico.


Imagens: Dream Strime


Cretinices que Custam Vidas





sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Muros de pedras:
Sem política cultural, Minas Gerais 
perde seus antigos muros

Por Pepe Chaves*
De Belo Horizonte-MG
1º/11/2013 
Rótulo do dvd 'Muros perdidos em Minas Gerais',
que vai ser lançado em 2014.

Este ano parti para uma empreitada desafiadora: a produção do dvd "Muros perdidos nas matas de Minas Gerais", mostrando o descaso com as mais antigas construções da velha capitania. São muros de pedras perdidos nas matas, ou melhor, o que resta deles, ainda se encontra no alto das colinas mais inacessíveis. Muitas destas construções, que nem sequer foram ainda devidamente estudadas, estão sendo extintas pela exploração imobiliária na região de Itaúna-MG, local em que se passa o nosso documentário. 


Para muitos, estes muros teriam sido um legado dos escravos que habitaram a região nos séculos 18 e 19. No entanto, outras possibilidades surgem depois de algumas pesquisas de campo, propondo que a datação destas construções possa ser muitíssima mais antiga do que é comumente proposto.

Detalhe do muro de pedras na Mata da Onça,
em terreno da Prefeitura de Itaúna.

Entretanto, ainda que se trate de arquitetura de escravos, estas são as obras arquitetônicas mais antigas do município de Itaúna. No entanto, apesar dos nossos várias alertas, as autoridades locais nem sequer reconhecem a importância histórica e cultural destas construções, que têm sido destruídas para o uso de suas pedras na construção civil. Dois grandes muros foram destruídos recentemente em colinas da cidade, no bairro Veredas e no bairro Belvedere, quando do surgimento desses bairros.

Não há nenhum trabalho de conscientização por parte das autoridades junto à população local, que vê nestes muros, apenas um amontoado de pedras, prontas para serem usadas nos alicerces ou muros de suas casas.

Detalhe do muro situado próximo ao bairro Cidade Nova, em Itaúna-MG.

Além de mostrar cinco distintos muros, com suas metragens, tipo de pedras e principais características, este documentário também registra a fauna e flora locais, nas belas paisagens da periferia de Itaúna. Ao longo desse trabalho, vários exemplares de animais nativos foram flagrados pela nossa reportagem e, igualmente às construções de pedras que mostramos, estão também ameaçados pela rapidez do avanço urbano na região de Itaúna.

O principal propósito da produção deste trabalho é abrir diálogos e discussões sobre estas enigmáticas e desprezadas construções históricas. Bem como, soa como um novo alerta, para que as autoridades do patrimônio e da cultura de Itaúna, como o CODEMPACE, o Ministério Público (Meio Ambiente), além da sociedade civil, abram os olhos para esta nossa riqueza e se mobilizem para salvar o que ainda resta das velhas construções que atravessaram séculos para chegar aos nossos tempos. 

Este trabalho é escrito e dirigido por mim, com a participação especial do pesquisador itaunense J.A. Fonseca e trilha sonora original por Dery Nascimento e Edson Frank. A produção desde trabalho conta também com a colaboração de três pesquisadores do exterior, o arquiteto uruguaio radicando do Rio de Janeiro, Carlos Pérez Gomar, o arqueólogo italiano radicado em Bogotá, Yuri Leveratto e o pesquisador arqueológico russo Oleg Dyakonov, de Moscou.


'Não há nenhum trabalho de conscientização por parte das autoridades junto 
à população local, que vê nestes muros, apenas um amontoado de pedras, 
prontas para serem usadas nos alicerces ou muros de suas casas'.

Agradeço ao blog Política & Afins, por abrir este espaço para divulgarmos estes valores de Minas Gerais, tão ignorados pelas comunidades e autoridades, mas jamais por aqueles que amam a nossa história, etnologia e arqueologia.

Em breve estarei postando o novo trailer aqui e trazendo mais informações da produção. Quem desejar colaborar de alguma maneira, encomendando o dvd, opinando ou sugerindo, favor entrar em contato: pepechaves@yahoo.com.br.

Para saber mais sobre os antigos muros e acessar nosso programa Matas de Minas (TV FANZINE), apresentando videos exclusivos e inéditos de alguns dos muros de pedras que visitamos no interior de Minas Gerais, clique aqui.

Venha comigo nessa viagem pelas matas de Minas...

* Pepe Chaves é editor do diário Via Fanzine e produtor para a TV Fanzine - BH/MG

- Fotos: Pepe Chaves.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Uma Breve História sobre o Movimento Preto Bloc


Uma visão geral do que há por trás dos
Homens e Mulheres de preto


Por Antonio Siqueira
@image:BerlimMorgenPost 

















   



         Eles não surgiram a partir das manifestações antiglobalização em 1999, em Seattle, ou das de Gênova, um ano antes. Sua origem é bem mais antiga e remonta aos autonomistas europeus do final dos anos de 1960, que queriam libertar-se da “ganância, violência e da imensa e inumana burocracia estatal”. Só através de uma abordagem mais completa de sua história poderemos entender por que esses ativistas de preto protegem as manifestações da violência do Estado.

         No final da década, a repressão estatal aos movimentos de protesto em geral acabou por provocar uma radicalização da esquerda italiana, que redundou na morte de Aldo Moro. O fato sangrento deflagrou mais repressão estatal e o fim da possibilidade da continuação de qualquer movimento da contracultura radical no país. Mas aquela movimentação não havia passado despercebida da juventude alemã, que iria vestir o negro em protestos dez anos depois da derrota dos autonomistas italianos.

          No país germânico, a juventude alemã enfrentava um problema na década de 1980: haviam ficado de fora do arranjo antirrecessão que protegia trabalhadores, desempregados sindicalizados, o empresariado e o sistema financeiro. As políticas sociais alemãs, tão elogiadas mundo afora, não foram suficientes para atender os problemas da juventude. O sistema de bem-estar social havia amparado bem a sociedade alemã durante a recessão da década, mas não havia empregos ou horizontes de independência financeira para o jovem alemão, que não conseguia sair da casa de seus pais. Nessa década, a então Berlim Ocidental apresentava um cenário urbano comum a muitos países desenvolvidos: a decadência no centro das cidades e a fuga da burguesia para os subúrbios. O Black Bloc nasceu envolvido numa atmosfera de violência e luta. As invasões de imóveis desocupados continuavam em várias partes da Alemanha. O Estado alemão, por sua vez, tratava a situação de dois modos: tentava cooptar parte dos autonomistas e oferecia a possibilidade de legalização para alguns, enquanto prosseguia com os despejos da maioria dos invasores. Cada despejo era seguido de uma nova ocupação e muita violência da policia estatal. A nova forma de militância e protesto emergiu e chamou a atenção da imprensa depois que a polícia alemã atacou brutalmente militantes ambientalistas na municipalidade de Gorleben, na Baixa Saxônia, que criaram a “República livre de Wendland“: um grupo de cinco mil ativistas pacíficos que decidiu ocupar uma parte queimada de floresta para “dramatizar suas posições” contra a construção de um depósito permanente de lixo nuclear no local. No dia 4 de julho de 1980, a polícia e os guardas federais de fronteira impuseram um rude final à curta experiência dos ambientalistas. A brutalidade da repressão contra um movimento pacífico desde seu início chocou os autonomistas (ou autonomen), que a partir daí conceberam a tática Black Bloc. Afinal, se a repressão foi tão massacrante contra pacíficos ambientalistas, o que seria de anarquistas radicais invasores de prédios? A ideia da tática surgiu da solidariedade entre movimentos distintos, mas igualmente radicais e voltados para a transformação da sociedade. Por isso até hoje a formação é empregada por diferentes movimentos. Pela partilha de agruras similares registradas na história, o Black Bloc protege manifestantes e protestos da ferocidade policial. Mesmo quando não são anarquistas. Compreende-se então que “Black Bloc" é uma forma de militância que rompe a problemática dicotomia entre ativismo não-violento praticado pela população e o terrorismo, guerrilha e sabotagem da elite.


Seattle: Black Bloc se engendra na destruição do distrito financeiro central.
O look inicial Black Bloc na Alemanha incluía capacete de motociclista preto, máscara de esqui, roupa (preta) acolchoada e botas com bico de aço. Aqueles que podiam levavam escudos e cassetetes. A formação Black Bloc conseguiu trazer força e solidariedade para os movimentos radicais na Europa, mas pouco a pouco alguns anarquistas entenderam que a tática já havia dado tudo o que poderia dar. Que a polícia já havia superado o choque inicial de ser recebida a cacetadas e coquetéis molotov.  Após a reunificação alemã, os movimentos oriundos da contracultura começaram a entrar na mira dos crescentes movimentos neonazistas. O que lhes retirou tempo para pensar e desenvolver alternativas de uma sociedade menos autoritária que a nossa. A ascensão da extrema-direita radical na Alemanha impôs um recuo inesperado ao movimento anarquista e a prática da tática Black Bloc na Europa. Nos Estados Unidos, desde os protestos de 1999 em Seattle, o os homens de preto tem tido presença constante nas manifestações populares no país.


        As redes sociais e as novas realidades em outros continentes ofereceriam novos “fronts” para esta forma de luta urbana solidária anos depois das primeiras críticas dos anarquistas ao Black Bloc feita antes do desenvolvimento da web. O tempo de mobilização da população popular diminuiu muito e a organização virtual leva o planejamento da ação à sua execução em muito menos tempo. Além disso, novas iniciativas populares de ativismo de mídia em base tecnológica, como a Mídia Ninja, ajudam a criar um novo ambiente de luta e protestos urbanos em que o indivíduo desorganizado, que não faz parte de nenhum partido político ou sindicato, tenha sua voz e sua vez nas ruas. Até por que, no capitalismo moderno as relações e descobertas políticas não têm o menor tempo para calcularem seus ganhos e perdas, rapidamente vem o capitalismo a cooptá-los. Até agora, me parece, não conseguiram com a tática black bloc. E não conseguiram porque se trata exatamente de uma tática, volátil e em certa medida inerte, que se comporta como meio para acirrar as disputas, denunciar uma conciliação falsa entre opressores e oprimidos sem ter como alvo a extinção da opressão. Provavelmente a violência estratégica dos Black Blocs não serve ainda a este propósito. Acredito que o receio dos ideólogos resistentes seja mais por notar em contraste a deterioração de suas saídas políticas que por uma crítica honesta.




No Brasil movimento esbarra na falta de informação, no desconhecimento e total ausência de semântica
anonymous brasil: lamentável!


              A ideologia Black Bloc baseia-se na proteção de manifestantes contra a brutalidade insana da Policia Estatal e questionamento da "ordem vigente". O que ocorre no Brasil é o oposto da ideologia germânica-européia. Aqui em terras tupiniquins, eles se manifestam contra o capitalismo e a globalização, de maneira errônea e sem critério ou tática pré-estabelecida. Está sendo mal interpretada e, muito pior, mal usada nas ruas do país; Alias, como tudo. O brasileiro tem um déficit de compreensão em relação à culturas estrangeiras que tenta copiar. Só que o Black Bloc não é um movimento cultural, é um 'movimento autonomista de proteção popular'. Não é moda... NÃO É MODISMO E SIM NECESSIDADE! Mas não aqui, onde tudo é feito "nas coxas". Aqui, contrariando a tudo e toda lógica, como sempre, quebram lojas, roubam pequenos e médios empresários, espancam covardemente servidores públicos e o símbolo máximo do “Movimento dos filhos do PT e das Elites”, é a máscara imbecil de Guy Fawkes, um fracassado que com toneladas de pólvora sob sua responsabilidade, não foi capaz de explodir o Parlamento Britânico em 1605, sendo assim torturado, enforcado e esquartejado depois de uma semana de intensa tortura e de assinar sua confissão admitindo a sua participação no movimento que ficou conhecido como “A Conspiração da Pólvora”. Com fins unicamente católicos, isto mesmo: a intenção era derrubar a Igreja Anglicana, somente e tão somente.  Enfim... É preciso que, antes de tudo, haja uma Revolução Cultural depois que nos livrarmos do PT e de todo e qualquer partido político atuante no Brasil! E que ainda aguardemos, esperançosamente, uns 70 anos para que as coisas mudem. Medidas como controle da natalidade, pena de morte a toda e qualquer modalidade de corrupção e EDUCAÇÃO + FORMAÇÃO + CAPACITAÇÃO em primeiro lugar. Antes de tudo, tudo, tudo; uma REFORMA EDUCACIONAL radical e severa. Talvez em pouco menos de um século, vocês terão uma CIVILIZAÇÃO razoavelmente justa e evoluída.


Fonte: GHDI