domingo, 22 de junho de 2014

Dez Anos sem Brizola

Por Antonio Siqueira - do Rio de Janeiro



Leonel de Moura Brizola
A ideia de educação como agente radical de transformação social, uma bandeira do brizolismo, ficou pelo caminho. Hoje, pensa-se em educação de uma forma técnica, também importante, mas nem perto do que foi com Leonel Brizola.

A educação sempre foi principal bandeira de Brizola, quando governador do Rio Grande do Sul, construiu mais de seis mil escolas, acabando com o analfabetismo no estado. No Rio de Janeiro, foram mais de 500 Cieps, que o povo batizou de Brizolões, o que, para muitos, foi motivo para seus sucessores deixarem o projeto de lado.

Outro sonho deste homem: fazer também a reforma agrária para acabar com a miséria no campo e com as favelas na cidade. Foi derrubado por uma burguesia ignorante que não entendeu sua proposta de capitalismo autônomo.

Apontado pelo desafetos como responsável pelo aumento da violência no Rio de Janeiro, a tese não encontra acolhida em muitos que estudam o tema. Até nessa polêmica questão Brizola, que prendeu todos os chefes do narcotráfico da época, esteve à frente do tempo.

Se hoje, ainda que timidamente, há um debate sobre os direitos de quem mora na favela, ele começou com Brizola, que foi o primeiro a defender para o favelado o mesmo tratamento dado para quem mora na Vieira Souto.

Andam tentando ressuscitar Brizola num ato de desespero politico, mas para para falar em Brizola, tem que ter compromisso com a educação. E nenhum deles tem.


Dos tesouros públicos

Nunca fui grande entusiasta de ver Brizola como governador ou presidente,  ele  manteve as finanças nos eixos, sempre com arrecadação eficiente. Foi assim no governo do Rio Grande do Sul. Nos governos dele, sempre havia dinheiro para investir em projetos sociais. Sou suspeito para falar, mas não teve nenhum outro governo brilhante no Rio Grande do Sul depois do dele. Já nos dois governos do Rio foi mais difícil, tinha oposição do governo federal. Mesmo assim, fez um plano de investimentos que poucos fizeram até hoje. A eficiência administrativa era muito boa. Praticamente não havia endividamento


Dos  terrenos políticos, politico-sociais e internacionais

Brizola  subestimou o poder dos Estados Unidos antes do golpe militar. Ele achava que o poder dos americanos era só nas armas. Não era. O poder estava também em Wall Street e em Hollywood. O primeiro comanda a engrenagem financeira, o outro comanda como o mundo pensa e se comporta. Pouco antes de morrer, conversando com ele na fazenda, seu filho, João Otávio Brizola perguntou-o se ele não tinha se dado conta disso. Mas ele não aceitava. Nunca compreendeu que era muito difícil fazer as reformas de base da maneira que queria. Estava claro que quem mandava eram os Estados Unidos. Daí vem um gaúcho querendo implantar reformas. Outro erro estratégico ocorreu quando Brizola voltou ao Brasil (em 1979, depois de um exílio de 15 anos). Poderia ter chegado à Presidência e feito parte das reformas que tanto queria se tivesse sido um pouco mais flexível.

As coisas iam acontecendo e ele, certo ou errado, farejava os caminhos, alguns exatos, outros não, mas todos coerentes.

O impacto daquele texto – minto, não do texto, mas de Brizola obrigar a Globo a ler uma mensagem sua – também não teve nada de planejado, mas resultou do inconformismo que ele, com seu exemplo, injetou em alguns de seus companheiros.

Um pouco antes de sua segunda eleição, Brizola passou a ser atacado, sistematicamente, com artigos em O Globo, escritos – ou apenas assinados – por um certo Alcides Fonseca, um ex-deputado estadual eleito do nada pelo PDT e que se bandeou para a oposição a Brizola e, daí, para a poeira da história.
Por orientação do querido amigo Nilo Batista, Brizola passou a pedir, um por um, direito de resposta em O Globo. E, ao pedir, tinha-se já de oferecer o texto, e a tarefa me cabia, porque os anos e anos escrevendo com ele os “tijolaços”  me fizeram absorver um pouco do estilo e da alma inconfundíveis.

Dr. Nilo começou a vencer as causas, alguns artigos foram publicados e o “Fonsequinha” , como era chamado,  foi despachado do jornal.

Já no Governo, em 1992, Brizola dá uma entrevista, dizendo que por toda a sabotagem que a Globo fizera à Passarela do Samba, o prefeito da cidade, Marcello Alencar deveria negar à emissora a exclusividade da transmissão do Carnaval.

Foi o que bastou para que o jornal O Globo publicasse um editorial violentíssimo contra Brizola – o título era ”Para Entender a Fúria de Brizola”, acusando-o  de senilidade, “declínio da saúde mental”, e por suas relações, sempre institucionais, com o Presidente da República, Fernando Collor.]

À noite, o Jornal Nacional reproduziu, na voz de Moreira, o texto insultuoso.
Naquela noite, Brizola conversou com dois advogados: Arthur Lavigne e Carlos Roberto, Siqueira Castro, seu chefe da Casa Civil no governo estadual.

Um homem que era tão grande que  estar à sua sombra foi também – e é para sempre –  estar sob sua luz.





‘Todos sabem que eu, Leonel Brizola, só posso ocupar espaço na Globo quando amparado pela Justiça. Aqui citam o meu nome para ser intrigado, desmerecido e achincalhado perante o povo brasileiro.
Quinta-feira, neste mesmo Jornal Nacional, a pretexto de citar editorial de ‘O Globo’, fui acusado na minha honra e, pior, apontado como alguém de mente senil.
Ora, tenho 70 anos, 16 a menos que o meu difamador Roberto Marinho, que tem 86 anos. Se é esse o conceito que tem sobre os homens de cabelos brancos, que o use para si.
Não reconheço à Globo autoridade em matéria de liberdade de imprensa, e basta para isso olhar a sua longa e cordial convivência com os regimes autoritários e com a ditadura de 20 anos, que dominou o nosso país.
Todos sabem que critico há muito tempo a TV Globo, seu poder imperial e suas manipulações. Mas a ira da Globo, que se manifestou na quinta-feira, não tem nenhuma relação com posições éticas ou de princípios. É apenas o temor de perder o negócio bilionário, que para ela representa a transmissão do Carnaval.
Dinheiro, acima de tudo.
Em 83, quando construí a passarela, a Globo sabotou, boicotou, não quis transmitir e tentou inviabilizar de todas as formas o ponto alto do Carnaval carioca. Também aí não tem autoridade moral para questionar. E mais, reagi contra a Globo em defesa do Estado do Rio de Janeiro que por duas vezes, contra a vontade da Globo, elegeu-me como seu representante maior.
E isso é que não perdoarão nunca.
Até mesmo a pesquisa mostrada na quinta-feira revela como tudo na Globo é tendencioso e manipulado. Ninguém questiona o direito da Globo mostrar os problemas da cidade. Seria antes um dever para qualquer órgão de imprensa, dever que a Globo jamais cumpriu quando se encontravam no Palácio Guanabara governantes de sua predileção.
Quando ela diz que denuncia os maus administradores deveria dizer, sim, que ataca e tenta desmoralizar os homens públicos que não se vergam diante do seu poder.
Se eu tivesse as pretensões eleitoreiras, de que tentam me acusar, não estaria aqui lutando contra um gigante como a Rede Globo.
Faço-o porque não cheguei aos 70 anos de idade para ser um acomodado.
Quando me insulta por nossas relações de cooperação administrativa com o governo federal, a Globo remorde-se de inveja e rancor e só vê nisso bajulação e servilismo. É compreensível: quem sempre viveu de concessões e favores do Poder Público não é capaz de ver nos outros senão os vícios que carrega em si mesma.
Que o povo brasileiro faça o seu julgamento e na sua consciência lúcida e honrada separe os que são dignos e coerentes daqueles que sempre foram servis, gananciosos e interesseiros.’

domingo, 15 de junho de 2014

O Resgate do Soldado Ivan


Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro


Reprodução_Política_Afins




















A batalha decisiva pela libertação da Europa começou há 70 anos, em junho, quando um exército soviético de guerrilhas emergiu das florestas e charcos da Bielorrússia, para lançar ataque surpresa contra a retaguarda da poderosa Wehrmacht.

As brigadas do Exército Vermelho e combatentes da Resistência, entre os quais muitos judeus e foragidos de campos de concentração, plantaram 40 mil cargas de demolição. Devastaram as estradas de ferro, vitais para a conexão entre o Centro do Exército Alemão e suas bases na Polônia e no leste da Prússia.

Três dias depois, dia 22/6/1944, no terceiro aniversário da invasão de Hitler contra a União Soviética, o marechal Zhukov deu a ordem para o assalto principal contra as linhas alemãs. 26 mil armas pesadas pulverizaram as posições avançadas dos alemães. Os gritos dos foguetes Katyusha foram seguidos pelo rugido de 4 mil tanques e pelos gritos de combate (em mais de 40 línguas) dos 1,6 milhão de soldados soviéticos. Assim começou a Operação Bagration, assalto contra um front alemão de mais de 600 quilômetros.

Esse “grande terremoto militar”, como o designou o historiador John Erickson, só parou nos arredores de Varsóvia, com Hitler deslocando as reservas de elite da Europa ocidental para tentar conter a maré vermelha no leste. Resultado disso, tropas norte-americanas e britânicas que combatiam na Normandia não tiveram de enfrentar as divisões Panzer mais bem equipadas.


O que não se diz


Mas o que os norte-americanos algum dia souberam sobre a Operação Bagration? Junho de 1944 significa a Praia de Omaha, não o Rio Dvina a ser ultrapassado. A ofensiva soviética do verão foi várias vezes maior que a Invasão da Normandia (Operação Overlord),tanto na escala das forças envolvidas quando no preço direto que custou aos alemães.

No final do verão, o Exército Vermelho chegara já às portas de Varsóvia e às trilhas entre os Cárpatos que levam à Europa Central. Tanques soviéticos já haviam tomado em movimento de pinça o Centro do Exército Alemão e o destruíram. Só na Bielorrússia, os alemães perderiam mais de 300 mil homens. Outro gigantesco exército alemão fora cercado e seria aniquilado ao longo da costa do Báltico. E estava aberta a estrada para Berlim. Graças ao Soldado Ivã.

Não se trata de não ver os valentes que morreram no deserto do norte da África ou nas florestas geladas em torno de Bastogne. Trata-se, isso sim, de lembrar que 70% da Wehrmacht estão sepultados, não em campos franceses, mas nas estepes da Rússia. Na luta contra o nazismo, morreram cerca de 40 ‘Ivãs’ para cada ‘soldado Ryan’.

Hoje os especialistas estimam que 27 milhões de soldados e cidadãos soviéticos morreram na 2ª Guerra Mundial. Estranhamente porém, o soldado soviético comum – o mecânico de tratores de Samara, o ator de Orel, o mineiro de Donetsk, a menina do ginásio de Leningrado – é invisível na atual celebração e remitologização da ‘grande geração’.

É como se o “novo século norte-americano” não consiga jamais nascer sem, antes, exorcizar o papel central que os soviéticos tiveram na vitória epocal contra o fascismo, que marcou o século 20.

Verdade é que muitos norte-americanos são chocantemente ignorantes de grande parte da verdade sobre combates e mortos na 2a. Guerra Mundial. E até os raros que compreendem alguma coisa do gigantesco sacrifício dos soviéticos para derrotar o nazismo na Europa tendem a vê-lo em termos de estereótipos ‘jornalísticos’: o Exército Vermelho não passaria de horda bárbara movida pela besta fera do vingancismo e do nacionalismo russo. Combatentes civilizados, que defendiam ideais civilizados de liberdade e democracia, para os norte-americanos, só GI Joe e Tommy…

Por isso precisamente é ainda mais importante lembrar que – apesar de Stálin, do NKVD[5] e do massacre de uma geração de líderes bolcheviques – o Exército Vermelho sempre preservou elementos poderosos da fraternidade revolucionária. Aos olhos dos russos, e dos muitos que o Exército Vermelho livrou das garras dos nazistas, aquele ainda é o maior exército de libertação da história do mundo. Importante saber que o Exército Vermelho de 1944 ainda era exército soviético.

Entre os generais soviéticos que lideraram a tomada do rio Dvina havia um judeu (Chernyakovskii), um armênio (Bagramyan) e um polonês. Diferente das forças britânicas e dos EUA – divididas por classes e racialmente segregadas –, o comando do Exército Vermelho era escada aberta, embora difícil de escalar, de oportunidades.

Quem ainda tenha dúvidas da paixão revolucionária e da humanidade que unia todos no Exército Vermelho, deve consultar as extraordinárias memórias de Primo Levi (É isto um homem? Trad. Luigi Del Re. Rio de Janeiro: Rocco, 1988; Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990) e KS Karol (Entre Dois Mundos). Ambos odiaram o stalinismo e amaram o/a soldado/a soviético/a comum, e viam nele/nela as sementes da renovação do socialismo.

Assim sendo, depois da recente [em 2004]  degradação, por  George Bush, da memória do Dia D, reduzido a cena explícita de apoio aos crimes dos EUA no Iraque e no Afeganistão,todos deveriam fazer a sua comemoração privada e de forma que o mundo tomasse conhecimento.

O pobre soldado russo, Ivã ou Boris, escravo do comunismo que era aliado do nazismo até quando Hitler mandou invadir a URSS, ganhou e não levou. O comunismo continuou e ele , depois da guerra, retornou à sua condição de escravo daquele estado opressor.

Enquanto isso o proletariado americano progredia até ganhar mais de 3 mil dólares de salário mínimo, podendo ter casa, piscina,e dois carros na garagem. Parabéns aos valentes soldados, russos, ingleses, americanos e brasileiros que lutaram para a derrota do nazismo, apesar de vedetinhas covardes como um tal “cineasta” beck que fez um filme para denegrir a  participação de milhões de indivíduos de outras nações e com papel tão importantes como o dos participantes da Batalha da Normandia na II Guerra Mundial.




quinta-feira, 5 de junho de 2014

A Copa não esconde as barbáries e o caos é transparente em notas sutis



Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro



O Processo Eleitoral é uma Sátira Romana de Terceira, num deserto de tudo




Osvaldo Aranha sabia das coisas






















Senhoras e Senhores leitores de "Políticas & Afins", a pesquisa DAFOLHA é a palavra de ordem e o Planalto está à mil! Entramos na reta final da escolha de candidatos, pois o prazo fatal para as convenções termina dia 30. Como se sabe, o PT deixou a decisão para a chamada “undécima hora”, marcando a convenção para o dia 29, que cai num domingo. O suspense é eletrizante, porque a pesquisa Datafolha pode decidir se a presidente Dilma Rousseff será ou não candidata à sucessão. As pesquisas semanais encomendadas pelo PT vêm demonstrando que a exigência por mudanças está em viés de alta, enquanto a confiança de que o governo poderá executar essas mudanças aparece em viés de baixa. É evidente que no decorrer da campanha essa tendência acabará favorecendo os dois principais candidatos de oposição, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). O marqueteiro João Santana, que é uma espécie de 40º ministro, o único a quem Dilma ouve e respeita, não sabe o que fazer. Sua última criação, o decreto dos “Conselhos Sociais”, que não deu muito certo como factóide político, recebendo mais críticas do que elogios. A frase dele é sintomática: “A coisa está ficando feia”. E Dilma faz o que pode. No desespero, percorre o país e inaugura obras inacabadas ou que já haviam sido inauguradas, vale tudo em busca do tempo proustianamente perdido.
Para o PT, também vale tudo, menos perder a eleição. Por isso, o movimento “Volta, Lula” está cada vez mais forte nos bastidores do partido. Não há praticamente apoio a Dilma. Pragmaticamente, os petistas não entendem por que insistir numa candidatura que pode perder, se as pesquisas indicam que Lula tem muito mais chances.
Em meio a esse teatro de absurdos, é aguardada com ansiedade a pesquisa Datafolha. Se seus números não coincidirem com as pesquisas sigilosas do PT, Dilma terá um alívio e a decisão do PT fica para depois. Mas se o Datafolha confirmar o viés em alta da insatisfação popular, a candidatura dela passará a valer menos do que uma nota de três reais. Não existe saída, não existe campos férteis de ideias, apenas a esterilidade forjada por ervas daninhas e parasitas institucionais.
Hitler – nunca é demais lembrar – chegou ao poder por meio do voto. Pela escolha consciente de milhões de pessoas.



Boa fé crocodila no país do clientelismo nato

A Suíça suspendeu “toda a cooperação judicial com o Brasil” por vazamento de dados sigilosos da apuração que envolve o conselheiro Robson Marinho, do Tribunal de Contas do Estado (TCE), e outros alvos do caso Alstom. Marinho é investigado sob suspeita de receber propina da multinacional francesa para beneficiá-la em um contrato do setor de energia fechado em 1998, durante o governo tucano de Mário Covas.

Segundo os suíços, o Brasil teria violado dois dos principais pontos do acordo de cooperação. Um deles se refere à proteção à privacidade dos suspeitos. Na Suíça, até que alguém seja condenado, seu nome é mantido em sigilo. Outra violação foi do princípio de “boa-fé”. Ao enviar os documentos, os suíços presumiam que seus colegas brasileiros respeitassem critérios e regras observadas no país europeu. Aqui as coisas precisam ser avisadas ao fudo, off course.



Joaquim Barbosa, o nosso mais novo Janio Quadros?

Muito se especula sobre a decisão do ministro Joaquim Barbosa de deixar o Supremo Tribunal Federal. Os seus antagonistas e detratores – em grande parte pessoas ligadas ao PT – atribuem a um movimento de fuga para não enfrentar derrotas previsíveis nos desdobramentos do Julgamento do Mensalão, com a atual composição da Corte. Mas pode ser que a decisão de Joaquim tenha a ver mais com o corporativismo dos juízes e toda a injustiça do Judiciário, montanhas imensas, muito difíceis de remover.

Ele combateu o bom combate para tornar a justiça menos iníqua no Brasil, mas essa é missão para muitos milhões, para a multidão. Um Joaquim só não faz verão. O Brasil já ganhou no Julgamento do Mensalão e Joaquim foi decisivo na história. Agora o Mensalão já era. Nenhuma vitória futura dos mensaleiros no STF vai mudar o placar. De que valeu a “absolvição” de Fernando Collor? Há outras versões para a saída precoce, como os problemas de saúde. Poder ser...Ou porque Joaquim encheu o saco. E há a hipótese de que quer se livrar dos insultos e ameaças de morte de milicianos petistas. Mas isso a renúncia não vai resolver. O ressentimento e o ódio costumam durar mais que a vida. Mesmo assim, Joaquim deveria sim, vir a público, pois o comprometimento e a cumplicidade de suas decisões se atrelou ao povo.

Quando você se torna uma figura pública, sua vida passa a não mais lhe pertencer unicamente. Você assume uma espécie de compromisso com a coletividade. No caso de Joaquim Barbosa, ele havia se transformado num símbolo para muitos brasileiros que são pessoas de bem e insistem em lutar por um Brasil melhor. Ninguém esperava que o ministro fosse se autoeclipsar, de uma hora para outra, sem maiores explicações. Sua trajetória ficou pela metade. Tornou-se também um ídolo pela metade.

*Na mesma semana em que o ministro Joaquim Barbosa anunciou sua saída precoce do Supremo Tribunal Federal, noutro ponto do país Lula aconselhava sua pupila: “Durante a campanha, seja Dilminha, paz e amor…”.




No Rio de Janeiro, nos sinais da Zona Norte e Sul, não é difícil ganhar um destes


Digitalização_Políticas_e_Afins


















Isolacionismo? Onde?

Em um momento em que os Estados Unidos tentam, inutilmente, isolar a Rússia, atacando-a com sanções, e enfraquecer a unidade dos BRICS, Putin viajou a Pequim e fecha o que pode ser chamado de o maior acordo comercial da história: o fornecimento, pelos russos, de 400 bilhões de dólares em gás, à China, pelos próximos 30 anos. Historicamente estendida entre o Leste e o Oeste, a Rússia, traz, em seu brasão, uma águia bicéfala dourada sobre campo vermelho. A partir de agora, uma cabeça vigiará, permanentemente, o Ocidente, enquanto a outra trabalhará, junto com o Urso Chinês, na epopeia da construção da Nova Eurásia, nas vastas estepes do oriente.



Pão, Circo, sim....mas com um caldinho de consciência, que não faz mal a ninguém.

Antes de bancar o inocente útil, ou melhor, o idiota inútil e cair no oba-oba desta Copa do Mundo, visite um posto de saúde ou um hospital público de sua cidade, qualquer que seja ela.
Aproveite e dê, também, um pulo numa escola pública. Visite uma comunidade carente. Mudaram o nome das favelas,mas não mudaram as condições de vida de seus habitantes.
Depois torça, divirta-se, pois os jogadores que estão lá são, além de atletas, os IDIOTAS ÚTEIS, mas não imbecis, pois são bem pagos. É só uma questão de consciência civilizacional, entende?






Eles não têm piedade de ninguém

@marigo
Foi anteontem. O fotógrafo Luiz Cláudio Marigo, 63 anos, saiu de casa para caminhar no Aterro do Flamengo. Ao voltar para casa de ônibus, sentiu fortes dores no peito dentro do coletivo (linha 422, Grajaú-Cosme Velho). Sem perder tempo, o motorista Amarildo, imediatamente, parou o ônibus na porta do Instituto Nacional de Cardiologia  (INC) e pediu que socorressem aquele passageiro. Amarildo — e mais gente com ele — todos imploraram socorro, justamente na instituição pública federal especializada em cardiologia. No entanto, como noticiam os jornais de ontem e de hoje, Luiz Cláudio “não recebeu qualquer cuidado dos médicos do instituto… após dez minutos de espera, ele foi atendido pela equipe de uma ambulância que chegava ao instituto. Só meia hora depois à parada do ônibus é que bombeiros do Samu chegaram para prestar socorro. Eles tentaram, em vão, reanimar o fotógrafo por 40 minutos… Além de a unidade de saúde não ter serviço de emergência, os profissionais de saúde estavam em greve”.

Não existe motivo algum, minimamente plausível, para que Luiz Cláudio não fosse socorrido pelo INC. Imediata e eficazmente socorrido. Dizer que lá não existe serviço de emergência é de um cinismo sem igual e repugnante. Tem, sim. E tem muito mais que uma emergência. Tem um serviço completo e moderno e que as emergências não têm. Tem médicos e pessoal especializado. Tem equipamentos e tecnologia avançadas e específicas para prestar todo tipo de socorro aos cardíacos. Mais ainda àquele que está com a vida por um fio, agonizante, caído no chão de um ônibus parado na porta do INC e com o coração quase parando. Até que parou de bater. No que diz respeito à greve, subscrevo o editorial de hoje do O Globo: “HOMICÍDIO - A SAÚDE é um serviço essencial, regido por normas em caso de greve, a fim de que, em hipótese alguma, haja risco de vida e a segurança do cidadão.O CONTRÁRIO do que ocorreu no caso do fotógrafo Luiz Claudio Morigo, que morreu num ônibus, em frente ao Instituto Nacional de Cardiologia, devido à falta de atendimento por médicos de braços cruzados. UM TRÁGICO episódio que exige investigação policial séria, para cobrar responsabilidades, inclusive com o possível enquadramento de culpados por homicídio“.
A diretora médica do INC, Cynthia Magalhães disse que "jamais houve omissão de socorro e sim o mal atendimento da segurança do Instituto". Doutora, quem deve receber o público em tão importante instituição médica é, com certeza, um Profissional de Saúde Capacitado, não um segurança. O segurança sim, deve estar ali, dando apoio e logística. A culpa, como nos romances, filmes e folhetins tão batidos, obviamente, recai sobre o "Mordomo". Falta mesmo é humanidade, humildade, decoro, ética e vergonha na cara não só na Saúde deste país de iludidos, mas em todos os setores públicos a ele vinculados. A verdade é que há tempos não se precisa do Estado, sustentamos o Estado e seus parasitas, como burros de carga. Que o astral tenha piedade destes profissionais omissos e graduados pelo efeito borboleta da bestialidade acadêmica,. que pode ser um efeito devastador...SIM! +Doutora, reze para que a cobra do cajado de São Lucas não fume. ¬¬
A nota de esclarecimento fornecida pelo INC em sua home




Revolta de blogueiro? Isso é normal...Mas...pelas cuecas do Lalau!!!

Desta vez, não tem mais como manter os mensaleiros na prisão. Temos de respeitar nossas leis e nos conformar. O Brasil é assim mesmo, não vai mudar nunca. Se o juiz Nicolau dos Santos Neto já ganhou o alvará de soltura, por haver cumprido 1/6 da pena, ter mais de 60 anos e sofrer de doença grave, o que os mensaleiros estão fazendo na Papuda?

Vamos deixar de lado nossas convicções sobre o que é certo ou errado, vamos aplaudir os corruptos, vamos endeusar Sérgio Cabral, Blairo Maggi, Newton Cardoso, José Roberto Arruda, a família Lula com Rosemary e tudo, a família Maluf, a família Perrela, a família Roriz, a família Sarney, a família Jefferson, a família ACM, a família Collor e por aí a fora.  Senhoras e Senhores, este país está de cabeça para baixo, Ruy Barbosa era um imbecil e o povo deveria ter eleito Ademar de Barros, aquele do rouba, mas faz. Até os comunistas são corruptos, o PCdoB é de fazer Marx e Engels se revirarem no túmulo.

O Guerrilheiro Genoíno virou um farsante que se finge de doente, o militante banido Dirceu tem conta das ilhas Cayman, é amigo de Eike e também está milionário, enquanto o sindicalista Lula agora é codinome Barba, colaborador da ditadura, Bolsonaro que ser candidatar à Presidência da República, a guerrilheira Dilma Rousseff se alia a qualquer pilantra que lhe garanta meia dúzia de votos, a ex-ministra corrupta Erenice Guerra tornou-se uma das mais bem sucedidas lobistas de Brasília, é um nunca-acabar de velhas novidades.

DESESPERO: Estado de angústia e impaciência na qual se encontra um indivíduo. Desesperança com irritação. O desespero enlouquece e pode causar desapego. Lembrou-me O Desespero Humano (Sygdommen til Døden em dinamarquês, literalmente "A Doença até à Morte"). Livro muito louco e muito bom, escrito pelo filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard em 1849, sob o pseudônimo Anti-Climacus. Trata o conceito de desespero de Kierkegaard, equiparado ao conceito cristão de pecado. Muitos dos termos utilizados nesta obra mostram uma conexão inegável com os conceitos utilizados mais tarde por Freud, segundo meu amigo e psicologo, Marcos Azevedo, frisou-me há alguns anos e não me esqueço em momentos de terrível transição como estes que testemunhamos agora...NOW.  Eu vou descer. Parem esta PORRA!!!Vou à Copa...A Copa da Eternidade Petista está aí, está aqui pertinho de casa. Para quê filosofar, se com meia dúzia de palavrões eu derrubo uma imensa jaca do pé???




Que ladrem! Alguém ensinou que as coisas não eram bem assim, mas...

Não dá para esquentar a cabeça com os militantes petistas. São facilmente identificáveis por suas declarações sem fundamento. Tentam justificar os crimes de seus chefes citando pretensos crimes de outrora. Mas são tão despreparados que não percebem que, se FHC cometeu crimes, foi o PT que prevaricou ao não mandar apurar ao longo dessa década da dinastia petista. Só fanáticos da 'seita petista' ainda têm o descaramento de defender as práticas nojentas desse partido. É o único partido oficialmente declarado bandido. Defendem de forma intransigente seus companheiros condenados e querem atropelar todos que atrapalhem seu projeto de poder. Não moveram uma palha para reverter o que FHC fizera de ruim e agora, com a corda no pescoço, querem promover essas investigações com décadas de atraso. A anarquia é geral.

Quem aprendeu a grande política com Leonel de Moura Brizola sabe perfeitamente que generalizar não é preciso. É possível se fazer política tendo retidão moral e probidade no trato com o erário. Em quase todos os partidos há gente do bem ou não. Mas 100% de quem não presta, somente no PT. Quanto aos petistas de boa fé, também conheço alguns, mas não boto a mão no fogo, porque se afiguram como fanáticos de uma seita, sem conseguir enxergar o óbvio. Se têm boas intenções? Vai saber… Faz 10 anos que Brizola se foi. Está fazendo muito falta por aqui. Sem CIEPs, jamais teremos educação de qualidade para o povo. Collor e Itamar enxergaram isso e criaram os CIACs, uma versão federal dos CIEPs. Mas os governantes seguintes simplesmente se omitiram.



By Mario






















A Evangelização do Dinheiro e o ilusionismo canalha


País rico é o de povo mais forte e governo menos corrupto. A frase que substituiu a do país de tolos poderia ser essa. Por que não? E viva os multiplicadores evangelizados e "preferidos"! \o/
Temos que chamar o psicanalista Caio Fábio para explicar a aplicação pelo governo da “teologia da prosperidade” no Brasil.
Essa doutrina se multiplica na televisão, no governo, contaminando e implodindo igrejas, mentes e Estados. Ela já minou e descaracterizou o cristianismo, pois não tem nada a ver com as suas bases e com seu conteúdo de humildade, verdade e não manipulação bíblica, prudência, sabedoria, amor, justiça e caridade, e também está matando o Brasil, pois encontra-se instalada e em plena aplicação no governo do país rico (que só paga mico). Contribua mais, mais, mais, mais, cabalística e cavalísticamente para pagar juros, desviar, doar, emprestar com molezinha, enriquecer e dar boa vida aos vigaristas, e você será “abençoado” por um “Uelfairisteiti”. Trabalhe mais, mais, mais para carregar o clero e a nobreza da politicalha e de seus amigos nas costas.
O problema dessa “teologia da prosperidade” governamental é que ela só gera prosperidade para um lado, aquele que tributa, aquele que recebe, aquele que se beneficia. Para aquele que é pesadamente tributado, jurado e enganado, essa doutrina herege somente gera pobreza e desilusão, por ter confiado demais nos homens. Então, Militância Doente, filhos de Priscas Eras Ditatoriais, Filhos de Sarneys, "geração Collorida" nos topetes dos itamares e FHCs; Haja latrina para tanto ofício "merdal institucional".





Não é costume deste cronista neste Política & Afins, mas hoje tem MÚSICA:







domingo, 1 de junho de 2014

Estupidômetro

Por Osvaldir Sodré da Silva  - do Rio de Janeiro   


     Ser escritor é se dedicar à arte de contar histórias, por meio de palavras, contribuindo para a literatura.
         Impressas, quem lê, ouve a voz, sente as sensações, e transforma-se no próprio escritor.
         Ao "entrar dentro do livro", que lê, tem a sensação de um orgasmo.

      Pela escrita, conhece-se o mundo que ainda está por vir, vivenciamos o nosso tempo, e os de outrora.
     
       Assim foi, que conhecemos, por exemplo, Portugal, por Fernando Pessoa, a Bahia por Jorge Amado, os indígenas por José de Alencar, e o Rio de Janeiro por Machado de Assis.

 E justo Machado, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta,
novelista, romancista, crítico e ensaísta, e natural do próprio Rio de Janeiro, querem atingir.
Com Monteiro Lobato, ao acharem que seus textos eram racistas, quiseram tomar-lhe as obras, ficando nítido que esta turma que não tem nada a fazer, não leu outros tantos autores, que dentro da liberdade de expressão, mancharam mais que Monteiro, com o negro, o sexo e a religião, as páginas brancas de seus livros. Agora para que os que não o alcançam Machado, possam ler, suas obras serão reescritas.


      No meu período de estudante, tinha o prazer de pegar o trem, saltar na Central, e ir a pé, até a Biblioteca Nacional, ou ao Gabinete Português de Leitura, para fazer pesquisas, e mesmo que ali não fosse, em casa, ou na escola, havia sempre um dicionário ao meu lado para tirar dúvidas.

      Se o incentivo da leitura, veio dos meus pais, continuou com os professores, um dos quais me ensinou ao consultar uma palavra no dicionário, correr os olhos nas demais, nas páginas à minha frente, assimilando não somente a que procurava.


Ora, se chegaram a conclusão que os jovens, e os que não atingem o bom vernáculo, não entendem Machado, deveriam incentivar esta juventude, e os sem alfabetização plena, para fazer bom uso de uma ferramenta atual, a internet, que tira quaisquer dúvidas na hora.



          No entanto, mais uma vez o Estado se mete, e torna oficial a proposta execrável de um qualquer.

       Conservo pequena biblioteca em casa. A coleção “Os Pensadores”, chamou a atenção de meu genro, e fico a pensar o que faríamos para que os jovens entendessem Kant, Marx, ou Nietzsche, ou Tom Jobim, estudioso de Villas Lobos e Debussy, se reescreveria, e para o jovem entender o Tom, passasse para funk ou rap?

           Se pudéssemos ter uma “estupidômetro” para medir tal imbecilidade, ele explodiria.


Não restam dúvidas! O Brasil, passa por uma fase ruim, para o populismo, politicamente correto, que para dar certo, tudo é nivelado por baixo.

Será que Machado de Assis, só serve as elites, e baixar o nível, passa a  ser mais democrático? Não, é justamente o contrário.

         Lamentável! Mais uma bolsa para o povão, como se a gratuidade do Estado fosse a solução, o que está longe de ser, já que estas ações, empobrecem a língua, e mantém o atraso cultural.



*Osvaldir Silva é professor de Português, Literatura e Espanhol