domingo, 22 de dezembro de 2013

Um Corrupto em Harvard e Outras Histórias


Por Antonio Siqueira - do Rio de Janeiro



Um canalha em Harvard


@arte:AS
Ancelmo Góis, colunista de O Globo, é o que chamo de "Pessoa Certa no Lugar Errado". O sempre bem informado Ancelmo publicou uma pequena nota, com a lucides e o sarcasmo que são seu cartão de visitas, noticiando que o Secretário Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Sérgio Côrtes, deixará o cargo no próximo dia 31. Ele vai estudar em Harvard. No seu lugar assumirá o atual diretor do INTO Marcos Musafir.O futuro secretário foi consultor da OMS e presidente da  Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.

      Sergio Côrtes já vai tarde. Foi cúmplice do governador Sérgio Cabral nas negociatas na área de saúde. Médico, funcionário público federal, ficou rico da noite para o dia. Comprou um luxuoso e imenso apartamento de cobertura na Lagoa Rodrigo de Freitas, com cinco vagas na garage, pagou à vista, em dinheiro vivo, subfaturado, é claro. Comprou, inclusive, uma mansão em Mangaratiba, perto da propriedade de Cabral, mas sonega o IPTU, pagando apenas como se fosse um terreno baldio.

Tudo isso é mais que sabido. O que ninguém sabe é como uma universidade renomada como Harvard aceita como aluno um desclassificado como Sergio Côrtes, um dos mais destacados membros da Turma da Corruptela. A célebre instituição de ensino superior do Massachusetts já não é a mesma, é só o que se pode dizer.

      Porém, se for do interesse ilustre leitor contar esta história à uma universidade que investiga até os mínimos delitos de seus admissionandos e "denodados" alunos, Harvard, como toda instituição que se preze, tem uma Home Page: http://www.hupd.harvard.edu/ e uma página para denuncia de delitos cometidos atualmente ou no passado neste link: Harvard University Police Department
O site desta tão renomada academia tem tradução para 55 idiomas, inclusive o português brasileiro. Eu já contei a minha história. Conte a sua. Muita gente deve ter morrido no Estado do Rio de Janeiro por conta da administração do Doctor Playboy de Mister Cabral.



 Partido Pirata do Brasil

      A versão mais recente do projeto de lei que cria o Marco Civil da Internet desagradou o Partido Pirata do Brasil, que semana passada anunciou sua oficialização, e, em nota, condenou o texto. “Os anseios e demandas da sociedade brasileira, a começar pela urgência de uma regulamentação adequada da internet, que favorecesse a liberdade de expressão e a democracia, foram deixados em segundo plano”, reclamam.
Dois pontos incomodaram os piratas. O primeiro está no Art. 16 e institui a obrigatoriedade da guarda de dados de acesso e serviços online por seis meses, prazo que pode ser ampliado a pedido das autoridades. Para o partido, a medida permite monitoramento e “intimidação” dos movimentos sociais que usam a internet para exigir mudanças no Brasil.

“A invasão da privacidade de todo e qualquer internauta passa a ser, mais do que um modelo de negócio questionável, uma obrigação legal imposta pelo Estado; que pode acarretar na coisificação do usuário, pois existe a possibilidade de venda dos logs”, afirmam.



Provedor


     A outra reclamação é relacionada ao fato de que um provedor será obrigado a tirar do ar qualquer conteúdo que irritar um internauta, bastando que este faça uma notificação simples, sem sequer acionar a Justiça. O trecho se refere estritamente a casos de “pornografia de revanche”, mas os piratas consideram a ideia “inadmissível”.

“O Art. 22, ao estabelecer o sistema de notificação e retirada, conhecido como notice-and-take-down, é uma surpresa negativa; não apenas pela forma reativa e pouco discutida do texto, mas considerando o desrespeito à experiência de elaboração coletiva do próprio projeto, no qual proposta semelhante foi objeto de forte crítica da sociedade em 2010.”



Nelson Mandela


      A família de Madiba já estava brigando aos berros pelo acesso à fazenda e à casa do ex-presidente da África do Sul e Prêmio Nobel da Paz. Mandela era de família abastada na Johanesburgo do começo do século XX. Depois que largou tudo, profissão (Mandela era advogado), o conforto do lar, o casamento e as facilidades,  na luta contra o apartheith, e foi preso em 1959; os bens de seus pais foram detonados por familiares, após a morte destes. Mandiba era um desafortunado neste ínterim. Tanto irmãos, quanto filhos e primos são verdadeiros gafanhotos famintos. Que Madiba descanse em paz, pois neste orbe pesado que é a Terra, sua missão está mais que cumprida.


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Observações bastante pessoais do autor

      Algumas pessoas confundem Nelson Mandela, achando que ele era um "comunista sectário trabalhista", apenas por ele lutar para que seu povo não fosse dizimado pela força bruta do racismo. Mandela nunca foi comunista, alias o mundo não sabe o que é o comunismo e nunca saberá. O comunismo sabotado que assombrou o mundo com ditaduras e genocídios, não é concernente às teorias de Carl Marx e Friedrich Engels e os poucos que os compreenderam e tentaram, em vão, explicar, não impor, como Jean Paul – Sartre, Herbert Marcuse, Eric Hobsbawm e Michel Foucault, não é isso que se viu e ainda se vê. O que se vê são ditaduras de esquerda e de direita, todas duas matam. A ditadura brasileira, a quem ela privilegiou e quem ela perseguiu?

      O mundo transformou-se rápido numa caixa de ressonância da política externa dos EUA. Qualquer boato, teoria ou conversa fiada acerca do socialismo ou comunismo, assusta aqueles que, mesmo sem ter um puto em seus bolsos, sonham com o dia em que pilotarão uma Lamborghini ou, no mínimo do “titiquês” da miserável existência, sonham em ter uma TV de plasma para esfregar na cara do vizinho que ainda assiste o seu velho televisor valvulado. Agradeça isto a Joseph McCarthy, senador norte americano nos anos 1930, 40 e 50 do século passado. Corrupto, mal caráter, burocrata e alcoólatra, McCarthy valeu-se de campanha osmótica contra o comunismo e promoveu um período negro na história daquele país que ficou conhecido como “Caça às Bruxas”. A fábula de que “comunistas comem criancinhas” é oriunda desse período. Sem querer estender-me muito e já o fazendo. A era do "macartismo" começou com uma trapaça para chegar ao senado, destruindo a imagem de seu concorrente, Robert La Follette, para promover a sua própria campanha. Desqualificou a reputação de La Follete, afirmando que este não tinha se alistado no serviço militar durante a guerra. Como os estadunidenses só diferem dos "acarneirados" brasileiros por adorarem guerras e terem mais recursos, McCarthy ganhou a eleição e tornou-se senador. Como a reeleição se aproximava e tudo pendia para um fracasso, McCarthy, cujo primeiro mandato foi não impressionante, procurou maneiras de garantir o seu sucesso político, recorrendo à corrupção. Edmund Walsh, um companheiro próximo, da Fente Católica e Anti-Comunista, sugeriu uma cruzada contra os chamados "subversivos comunistas". McCarthy, animado com a possível repercussão, concordou e, aproveitando a onda da nação de terror fanático contra o comunismo, ressurgiu em 9 de fevereiro de 1950, alegando ter uma lista de 205 pessoas no Departamento de Estado, que eram conhecidos ou membros do Partido Comunista Americano. O público americano foi à loucura com o pensamento dos comunistas sediciosos que viviam no país, e rugiu para a investigação dos agitadores subterrâneos. Nem todos os indivíduos desta lista eram comunistas, alguns tinham provado apenas serem alcoólatras ou terem comportamentos sexuais desviantes. Independentemente disso, McCarthy, incansável, se tornou o presidente da Comissão de Estado sobre Operações do Senado, ampliando seu escopo para "investigar" os dissidentes. Ele investigou por mais de dois anos, questionando vários departamentos governamentais e o pânico decorrente dos "caça às bruxas" e este medo do comunismo tornou-se conhecido como macarthismo.

       Joseph McCarthy acusou vários cidadãos inocentes, principalmente Owen Lattimore, de serem associados ao comunismo. Ao longo do caminho, ele teve Louis Budenz, o ex-editor do Daily Worker como aliado. Foram 13 anos de um verdadeiro inferno. Outra vítima de acusações falsas comunistas de McCarthy era de Drew Pearson, um crítico que desacreditva as acusações de McCarthy regularmente através de colunas e programas de rádio. McCarthy fez sete discursos ao Senado contra o jornalista e apresentador que resultou na perda de patrocinadores para o "Show de Pearson". A queda de McCarthy finalmente começou em outubro de 1953, quando ele resolveu a investigar "infiltração comunista nas forças armadas." Esta foi a gota d'água para o então presidente Dwight D. Eisenhower, que percebeu que o movimento de McCarthy precisou ser interrompido. O Exército reagiu com as acusações e a "ficha" do povo estadunidense acabou caindo. Ele perdeu seu cargo de presidência da Comissão de Estado sobre Operações do Senado e, em dezembro de 1954, uma moção de censura, o que é uma repreensão formal, a partir de um corpo poderoso, foi emitido condenando sua conduta com a contagem dos votos em 67 a 22. McCarthy foi praticamente destituído de seu poder. Morreu em maio de 1957 depois de ter sido diagnosticado com cirrose hepática devido ao consumo excessivo de álcool. Deve estar purgando no profundo de todos os infernos, mas seu legado continua vivo e impedindo pessoas racionais de distinguir o que é ou não o "Monstro Comunista".



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      Nestes tempos natalinos, o “cristão” moderno não tem a mínima ideia de quem foi Jesus que, alias, é o símbolo máximo e o que motiva o que chamam de Natal aqui no ocidente. Nos ensinamentos e ideais deste jovem galileu, eram e são primordiais a igualdade de direitos sociais, o "pão nosso" para todos, a liberdade de expressão, o pagamento justo ao trabalho humano, a fraternidade, o amor ao próximo sem julgamentos, enfim, tudo que a sociedade ocidental capitalizada, historicamente é contra e massacra. Portanto, Papai Noel é o "Jesus do Capitalismo Cristão" e, espero eu, que não confundam Jesus de Nazaré com Marx ou Engel. Pois se olhado por uma ótica conceitual e expressionista, Jesus era e é o único comunista legítimo que andou por este orbe terrestre complicado e mesquinho.

      O grande economista inglês, Lord Keynes, deu a melhor solução: regulando bem o capitalismo, via ação do Estado, sem perda da preciosa liberdade, mas combatendo o desemprego e distribuindo melhor a renda, via tributação progressiva. Foi o New Deal do Presidente Roosevelt, aplicado nos EUA, e também na Inglaterra e principalmente e antes, nos países escandinavos.


Um Feliz Natal para quem vive o verdadeiro Natal. 


Um comentário:

  1. Porquê eu não consigo seguir ESTE BLOG? hahahahaha Devo ser mui retardada, Antonio! :p

    A mensagem de natal no fim da matéria é tão racional e na medida, que acabei "mexendo" aqui dentro pra ver se existe mesmo esse imperativo poder de manipulação do ocidente em nossas mentes tão infantis. Bárbaro como sempre, meu amigo! Mas sem perder nem a ternura ou a razão.
    Antes que eu me esqueça: Estou escrevendo pra Harvard.

    Um Feliz Natal meu e do Rafa pr'ocê e sua família.

    Luana - Belo Horizonte - (mas no Rio de Janeiro, passeando com maridão e em casa de amigos.)

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