segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Não se iluda: O Maranhão é aqui!



Por Antonio Siqueira - do Rio de Janeiro



Conspirações demoníacas















     

    Muitos brasileiros que emigram para o assim dito Primeiro Mundo passam por um período de adaptação. Para uns, é rápido. Para outros, porém, é um tempo de frustração que se encerra com a decisão de retornar às origens. Na essência da adaptação ao cotidiano dos países mais bem organizados, marcando-a de modo decisivo, está a absorção da seguinte regra geral de convivência: as leis valem para todos e não são inconsequentemente desrespeitadas. Isso costuma ser um choque. A ordem que produz costuma ser vista como enfadonha. Para muitos de nós, o respeito às leis, às regras de condomínio, aos preceitos de um contrato, aos costumes locais, cria uma atmosfera irrespirável.

      No entanto, o Primeiro Mundo é o que é, em grande parte, por causa disso. Em virtude de tão fundamental norma alguns países europeus estão fechando presídios. Há cada vez menos pessoas dispostas a aceitar os riscos inerentes à tentativa de prosperar no mundo agindo no submundo. Em virtude dessa regra certos imigrantes preferem retornar à zorra nacional, aqui onde as leis são feitas para luzirem no papel e não para, de fato, sinalizarem as condutas. o Brasil tem mostrado para o mundo a cara do atraso, o Brasil tem como vitrine de IDH, o Maranhão dos Sarney.

      A barbárie do sistema prisional no Estado do Maranhão não é acidental, mas o fruto de uma política carcerária e de segurança pública que viola gravemente normas jurídicas nacionais e internacionais fundamentais. No caso, a responsabilidade por tais violações a direitos humanos deve ser atribuída à governadora do Estado. Mortes e rebeliões são parte da realidade do sistema prisional brasileiro, mas a situação maranhense se destaca mesmo em um contexto nacional precário. Não se trata apenas das situações de decapitação de presos, do estupro das irmãs e mães que visitam seus parentes ou dos episódios de violência e morte nas ruas. O desdém do governo com os direitos daqueles que estão sob sua tutela, cumulada com notável inércia para prevenir os efeitos das disputas entre facções criminosas dentro do sistema prisional, provocam os eventos que vimos pelos telejornais.

     No presídio situado nas terras do Ducado dos Sarney morreu um, dois, dez, vinte, trinta.  Morreram assassinados e os corpos, mutilados, foram retirados do presídio. Mas, como em um espetáculo de mágica, ninguém viu.  Todos os agentes públicos eram cegos. Ninguém também ouviu coisa alguma.  Todos os agentes públicos eram cegos e surdos. Como também eram mudos, ninguém falou nada. Sendo cegos, surdos e mudos, ninguém sabia de nada.  Nem os funcionários do presídio nem a alta cúpula da administração do Maranhão. No dicionário da língua portuguesa “maranhão” significa “mentira bem engendrada”.

     Depois das 60 mortes no ano que findou e do relatório do Conselho Nacional de Justiça, foi possível o país tomar ciência da tragédia de dor e sangue que vinha ocorrendo sob as barbas e total inércia da cúpula da administração estadual. Toda a nação tem a impressão que no Maranhão é assim mesmo, não tem jeito. O Maranhão é recordista absoluto da pior renda per capita do país. Chega em segundo no pior IDH estadual.  Saneamento básico, ninguém do povo sabe o que é. Porém, todos sabem que se nada mudou em cinquenta anos de domínio do clã Sarney,  nada irá mudar… Faz bem para a saúde deixar tudo para lá…

    O governo federal e o estadual estão muito ocupados com o momento político, afinal, este é um ano de eleições e, acima de tudo, o poder deve ser mantido.  Por esta razão, não tiveram tempo para agir ou ficar, nem um pouquinho, chocados com cenas de cabeças rolando entre corpos dilacerados.  Afinal, as carnes retalhadas eram de pouca importância, meros presidiários.

    O governo Roseana Sarney insistiu e continua a insistir em acusar até mesmo relatório oficial do Conselho Nacional de Justiça de difundir “inverdades”. O governo da presidente Dilma para, ouve, nada faz.

    Aparentemente, não toma partido. Mas, ao assim proceder, passa a impressão de que tomou partido de dois poderosos aliados políticos: o clã Sarney e o PMDB.

    E essa impressão poderá estar maculando o currículo da velha guerrilheira que, segundo é de conhecimento público, na juventude, pegou em armas para combater a injustiça. O tempo mudou Dilma?




Nota do Autor em nome do blog, seus membros e de todas as publicações independentes do sistema: 


     Os "Soldados da Web" do PT foram mobilizados para a invasão dos blogs de quem tem mais de um neurônio. Nada disso é novo. Há anos sei o que é isso e como funciona, administro dois blogs e colaborei com outros três. O colunista Reinaldo Azevedo publicou na terça-feira um post em que denuncia explicitamente este comportamento e o acusa de tentar impedir a interação entre quem tem ideias (nós) e quem segue cartilhas e ordens (eles). É verdade. O aviso, certamente, será útil para muitos. Não pensem que estamos nós, comentaristas, articulistas ou jornalistas, imunes às agressões ou mesmo ameaças. Não estamos, nem estivemos nestes anos negros. É uma prática comum aos milicianos de plantão, que usam a rede para tentar pasteurizar a corrupção e implantar um regime proto ditatorial. Não preciso que me “protejam” de ataques e ameaças. Deixem-me escolher o que farei ou como agirei dentro das regras de cada espaço. Mas é importante que todos saibam de mais esse desvio de caráter da “camarilha de vampiros” petista, que paga por opiniões amestradas e defesas do indefensável. Não é lenda urbana nem desconfiança exagerada. A coisa tem nome, identidade e regras, como se vê nos sites do tal movimento do PT para tomar de assalto a internet. Nada contra usar a web. Tudo contra falsificar a opinião e o número de aderentes (modess) a partir de uma trupe paga e dependente de neurônios. É a censura às avessas. Se não se pode (ainda, nos sonhos deles) censurar, que ao menos se emporcalhe o espaço de debates. Já tive artigos e matérias sabotados tanto no Blog Arte Vital, quanto no Blog Política & Afins. O site e o blog do antigo jornal ATITUDE foram vítimas de “cavalos de Tróia” e sabotagem criptográfica e só parou mesmo quando explodiram a redação e o redator (obra da milícia carioca)...em suma, para calar a nossa boca é preciso bem mais que hackers de merda pagos com nossos impostos. São, em sua maioria, jovens mercenários imbecis cujo futuro é o túnel escuro do ostracismo e da mediocridade. ¬¬


*Antonio Siqueira é tecnólogo, jornalista por vocação, articulista, músico e não tem medo de hackers, crackers ou elementos ocultos cibernetizais que agem covardemente com apoio financeiro de um governo corrupto, populista, burro e sem criatividade para manter-se de pé.

9 comentários:

  1. Dá até um certo pavor a leitura deste artigo, mas é a verdade e verdade é para ser dita. Sobre a censura, faço minhas as palavras do poeta: "O medo não cria".

    Marcelo - RJ

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  2. Neste cenário de crise institucional, o impeachment é a alternativa mais efetiva, na qual quem assume a chefia do Estado é o vice-governador, que entra no cargo ciente das consequências de violar as garantias individuais dos cidadãos de seu Estado. Deveria servir de exemplo, mas não sabemos se estas resoluções soariam como trocar seis por meia dúzia.

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  3. Além disso, o impeachment é a alternativa mais democrática: ele é requerido por qualquer cidadão e o poder legislativo julga o governante. Pelo que li no El País, no caso do Maranhão, os membros do Coletivo de Advogados em Direitos Humanos apresentaram um requerimento para a Assembleia Legislativa do Maranhão. Cabe a essa Casa de representação popular aplicar a lei e responder aos anseios da sociedade civil. Não é UTOPIA, é LEI!

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    1. Direitos Civis jamais deveriam ser comparados a ideias utopistas. Mas sei que é assim que funciona, você não está equivocado.

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  4. Na edição do artigo houveram algumas falhas de edição como a repetição da colagem do texto a partir do word já resolvidas pela administração do blog. Peço desculpas em nome de toda equipe de articulistas. Obrigado e boa leitura.

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  5. Eu gosto muito deste blog de vocês e este artigo está digno da motivação que move este projeto. não só o Maranhão, como Minas, são o retrato fiel do Brasil dos Sarney, dos Neves e do PT.

    Luana - Belo Horizonte

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  6. O título é a síntese deste Brasil atual, o resto é consequência, inclusive da nota do autor. Lamentável. Vergonhoso.

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  7. Pois é Mestre, eles não sabem o que os esperam. O preço dessas trapaças, tramoias e assalto às liberdades é alto demais.

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