sábado, 11 de julho de 2015

"Anarquia Econômica e Comunismo Patético"

Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro




Não Pasto Infértil das Mulas



















Presentear o papa Francisco com um crucifixo adaptado para a foice e o martelo do comunismo foi uma atitude patética e altamente reveladora de quem é o presidente boliviano Evo Morales. Com isso, o governante mostrou seu invulgar despreparo político, porque o marxismo ortodoxo é hoje um regime completamente superado pelos fatos, até porque, em sua essência, jamais vigorou em nenhum país do mundo. Mas o papa não passou recibo e fez até um duro discurso contra o capitalismo que ainda é praticado nos países subdesenvolvidos.

Todas as experiências até agora foram de implantação de um marxismo desvirtuado e sem liberdades civis, com censura à imprensa, prisão, tortura e assassinato em massa de opositores, situações que levariam à loucura pensadores libertários como Karl Marx e Friedrich Engels.

Aliás, entre os dois teóricos alemães, tenho preferência especial por Engels, que era um homem rico, sustentava o companheiro e jamais perdia de vista os pecados do capitalismo, dos quais ele próprio acabava se beneficiando, vejam que personalidade fascinante.

Sem jamais ter sido verdadeiramente adotado nos moldes preconizados por Marx e Engels, o comunismo pelo menos serviu para pressionar o aprimoramento do capitalismo, através da criação dos direitos civis e trabalhistas, dando enfim margem ao surgimento do socialismo democrático, amplamente consagrados nos países nórdicos, que se tornaram exemplo de desenvolvimento socioeconômico, com melhor qualidade de vida e justiça social.

Diante da evolução do capitalismo e do advento do socialismo democrático, foi se formando um consenso de que hoje o mais importante é o Estado garantir o básico à população, oferecendo saúde, educação, moradia e segurança em condições dignas, pois a própria sociedade se encarrega do resto, conforme ficou demonstrado no dia a dia dos escandinavos.

O que não é tolerável é que no século XXI ainda tenhamos a manutenção de certos arremedos de capitalismo, como ocorre no Brasil, onde a riqueza total insiste em tentar conviver com a miséria absoluta, como se esta possibilidade pudesse ser viável.

O resultado foi a formação de uma sociedade estranha, em que hipoteticamente somente os pobres se mantêm em suposta liberdade, porque a classe média e os ricos são obrigados a viver literalmente atrás das grades e não podem confiar nem mesmo nos seguranças contratados pelos condomínios de luxo.

O que dizer de um país em que um adolescente de favela, que sonha em comprar uma moto para fazer entregas de pizzas, terá de anualmente pagar IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), enquanto os milionários estão isentos de taxação sobre seus iates, helicópteros e aviões?

O que dizer de um ensino público com os alunos sendo automaticamente aprovados, ano após ano, mesmo se continuarem analfabetos?

O que dizer de uma nação que divide seus cidadãos entre portadores de planos de saúde e usuários de uma rede pública que não os atende? E o que dizer se, além disso, ainda há uma subdivisão, porque nem todos os planos de saúde funcionam bem e há muitos que não servem para nada?

Por fim, o que dizer de uma sociedade em que o cidadão de bem é proibido de ter uma arma, mas o sistema policial só consegue elucidar 8% dos crimes de morte e apenas 3% dos homicidas são efetivamente condenados?

Esta é a realidade do capitalismo à brasileira, regido por um partido que diz ser dos trabalhadores.

2 comentários:

  1. Eu acho que aí no Brasil jamais irá prosperar qualquer outro regime político ou econômico, que não contemple a
    roubalheira ampla, geral e irrestrita.
    Seriedade e honestidade, são virtudes desconhecidas pela maioria dos brasileiros. Os regimes socialista/
    comunista, são impraticáveis, já pela sua natureza, que não leva em conta a natural ambição humana, e quer
    que todos sejam iguais, mesmo sendo desiguais os indivíduos por formação ou origem.
    A natureza tem feito os humanos, com diferenças entre si, e não sera nenhum sistema político, que haverá de
    mudar as regras naturais.
    Portanto, o Brasil por ser um pais com a população mais heterogenia do mundo, jamais vai conseguir que todos tenham os mesmos princípios.
    Em suma. Aqui se avacalha com tudo. O capitalismo é deturpado com a corrução e roubalheira, da mesma
    forma seriam o socialismo/comunismo, com os privilégios de certas classes e por fim um mal bem maior. O
    desestímulo ao indivíduo para produzir, a maioria vai é querer se encostar no governo.
    Acho que mudanças no sistema vigente, são desnecessárias, o que precisa é corrigir a maneira como se ganha o dinheiro. O trabalho é a única forma de enriquecimento aceitável. Ladrões e corruptos, devem ser
    penalizados com rigor.


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  2. Socialismo = socializar a propriedade e os meios de produção. Isto só é possível em um país totalitário, com partido único. Não vou entrar no mérito se isto é bom ou mau, apenas que um país é democrático ou socialista. Não há como ser socialista e democrático.
    Os países nórdicos chegaram a um capitalismo avançado, principalmente em função da cultura do seu povo.
    O capitalismo por eles praticado – países pequenos e sem miscigenação – conseguiu atender os três princípios básicos do Estado: político, econômico e social.
    Estado político: democracia.
    Estado econômico: liberalismo.
    Estado social: justiça social.
    O capitalismo selvagem se preocupa apenas com dois: o político e o econômico. O social, é um salve-se quem puder. Quem consegue acompanhar se dá bem. Quem não consegue, se ferra.
    E este social que me referi, nada tem de socialismo. Um Estado que atua eficazmente sobre o social, mas permitindo a livre expressão e a individualidade, enfim, a liberdade, não é socialista. É democrático.
    Um abraço.

    Roberto Lamas

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