segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Transparência, combatividade e dignidade

Por Antonio Siqueira do Rio de Janeiro


 


   









      No final da manhã da ultima quinta-feira tive um encontro inesperado e, ao mesmo, tempo, bastante proveitoso em frente ao Conselho Regional de Educação do meu bairro com o Professor Abisaí Leite, ou simplesmente Bisa. Amigo de longa data, ex-colega da escola secundária, musico muito criativo e de percepção inigualável de gêneros, estilos e seguimentos. Atualmente, Abisaí Leite se desdobra como professor de história da humanidade da rede publica, historiador, agente administrativo e ativista. Suas atividades no movimento Transparência Brasil sempre foram acompanhadas por este que vos escreve:

VALORES BÁSICOS:

* Apartidarismo
* Coragem
* Ética
* Imparcialidade
* Independência
* Justiça
* Responsabilidade social
* Transparência
      
      O momento que o Brasil e a América Latina atravessam, exige total atenção no que concerne às transições e transformações paradigmáticas em quase todos os setores da atividade humana, se considerar-mos os costumes e as tradições presentes na cultura das nações em desenvolvimento. A desigualdade social é fato e está aí a olhos vistos, não há crescimento sustentável, a cultura não acompanha o progresso e o desenvolvimento e a corrupção é um câncer em metástase permanente. Abisaí é um ferrenho e incansável combatente das mazelas que ferem tão profundamente o Brasil como um todo e agora colabora para a Política & Afins. Seja muito bem vindo, Professor; o espaço é seu.

     O Mensalão prescreve em 2012, é o que parece. Ontem ouvi de um especialista que o Mensalão pode continuar a ser julgado até 2014. Não cabe aí um palavrão? Um insulto? Façamos isto num botequim, que é o lugar mais apropriado. A verdade é que esses parlamentares entram e saem ano, permanecendo lá e os que entram pelo voto do povo anfíbio e quadrúpede, acabam tirando do serio o mais pacifico dos pensadores. Além do salário líquido, que daria para sustentar a merenda escolar de 10 escolas municipais ou estaduais, esses vermes recebem, comes, bebes, cheires, e se os banheiros não estiverem lotados, as comissões e os jetons de costume. Automóveis para as testemunhas e passagens de avião para a maioria que não vive em Brasília. Há aqueles que gostam de caronas e jatinhos executivos e, num arroubo ‘hormonio-feromonial’, manifestam uma excitação incontrolável pela mandatária da nação. Esses podem acabar sem seus testículos ou, na pior das hipóteses, sem suas cabeças mesmo. Zangões acabam assim, invariavelmente; faz parte da cadeia, do ciclo de vida  de qualquer inseto ou parasita que se preze.

      Cabe também uma pergunta: Pergunto-vos, leitores, como classificariam o fato de o Mensalão (que vem tendo a sua popularidade empanada pelo CPMF (que voltará com força total), CTT, Vale Ração e Fome Zero, pode continuar sendo julgado até 2014? Cabe um insulto: Algo assim como um “Vai trabalhar, vagabundo!” E para não dizer que não se fez nada, criou-se a Medalha de Honra à Ética, Jader Barbalho. Sim... Ele está de volta, acreditem!

      O que mais aterroriza é a mídia geral. A mídia que chega aos pobres, aos que não tem pra onde correr e veem num aparelho de TV a salvação de suas almas. O diálogo entre Pedro Bial e José Bonifácio de Oliveira Sobrinho no Aglobalhado Altas Horas do srº Sem Noção, Serrgginho Groisman, nos remete a um Brasil miserável, construído e constituído sócio-culturalmente por uma ditadura militar capitaneada com que se teve de pior em termos de material humano por estas bandas. Não cabe aqui mais nenhum comentário, pois o estômago é fraco e o ano que se inicia não será fácil para ninguém. Cabe apenas o apelo dramático não de um, mas de alguns milhões de seres que ainda primam pelo bom senso: DESLIGUEM A REDE GLOBO DE SUAS VIDAS... Aliás, delete a TV Aberta de sua vida para que tu não te sintas mais miserável ainda, prezado leitor! Faça um jantarzinho, convide a sua mulher para uma reflexão e ligue o rádio. O que fazer com as crianças? Inicie o seu filho ao bom hábito da boa leitura. Conselhos utópicos estão longe de ser proibidos, mas ... Vai que pega!


Notas:

* O Rio de Janeiro precisa se livrar de Eduardo Paes. Um prefeito que apóia ONGs ao incentivar a privatização e a precarização do sistema de saúde não pode ser uma pessoa séria. Um Governo probo jamais pode ir contra os concursos públicos.


* Todo início de ano, trocam-se os votos de felicidades pela tragédia mais que anunciada nas regiões serranas. Lamentavelmente, no Brasil, as providências são na base do improviso. Quando as chuvas param, o inferno continua, pois a burocracia e, não raro, o peculato, impedem o socorro. Sugestão da semana: Mantenham-se longe dos políticos e que se se institua a cultura dos mutirões.

12 comentários:

  1. realmente esse texto,ou melhor,essa critica me agradou muito por que existe pessoas como você e eu,e muitos outros que não suporta o que esta sendo escondido por baixo, da patria amada, e ainda mais pois,nos estamos vindo de uma juventude de caída dos mares do sistema.

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  2. vc se conteve no palavrão, mas como leitor eu o faço pra ti ... VÃO TOMAR NO MEIO DOS VOSSOS TOBAS QUERIDOS POLÍTICOS DO BRASIL ... enquanto os calhordas existirem, demoraremos mais e mais a crescer ... podíamos ultrapassar economicamente até o os EUA se eles quisessem, mas ... boa tonhão! assino embaixo ...

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  3. Apesar de não concordar com tudo o que vc diz, o texto está muito bom e mostra que ainda temos muito a trilhar para deixarmos de ser um povo bunda.

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  4. Caríssimo Antônio,
    Como bem sabes, ando assoberbado com as minhas atividades profissionais, que atualmente vem consumindo boa parte do nosso exíguo tempo. Aliás, Por falar em tempo, há décadas venho insistindo na idéia de que é preciso investir na educação do povo. Parece um pensar pueril, idealista,redundante. Mas não é, caro amigo. Quando se fala em educação é preciso remeter-se à formação geral do indivíduo, e a partir de então, contagiar todo o tecido social, tornando a unidade deste corpo capaz de abstrair e elaborar melhor os inevitáveis conflitos que pairam sobre nossas vidas. Sim, digo nossas vidas, porque ninguém da educação que recebe escapa, seja ela de boa ou de má qualidade.
    No entanto é preciso evitar monitorá-la em termos apenas quantitativos, mas por seu complexo legado que dotará a esta incipiente civilização brasileira, os componentes que poderiam forjar um verdadeiro “sentimento de nós”, como diriam os sociólogos. Valores estes que formaram nações que completaram o processo tecnológico em diversos países centralmente localizados, diminuindo em certo sentido, o fosso presente nas relações de capital e trabalho. Aliás, a mais-valia aqui na periferia do mundo capitalista é por demais perversa. Por falar em sociólogos, não poderia deixar de falar [mal] do ex-professor e ex-presidente FHC. Este homem tivera sido um dos maiores responsáveis pela adulteração do “combustível intelectual” genuinamente brasileiro, generosamente doado por gentellmens como Paulo Freire e Darcy Ribeiro. Tudo em nome de seu pedante projeto pessoal e subserviente ao que se convencionou denominar Consenso de Washington: um grupo de alienados americanistas (do norte), que prescreveram para a América Latina, o estado mínimo; um ideário seguido à risca pelos chefes de Estado de todo resto deste rico e cobiçado continente.
    Assim, a educação, a saúde, a habitação e em certa medida a própria segurança pública, foram duramente preteridas da agenda programática dos sucessivos governos tucanos e dos seus asseclas (DEM/PPS, ETC.), em parte dos estados e municípios brasileiros, que aplicaram o mínimo possível de recursos na educação básica. Resultado: analfabetismo funcional, evasão escolar crônica por cerca de três décadas, violências e violações de uma forma geral, intolerâncias... numa palavra, barbárie. E em convívio imediato e direto com os ditos “civilizados”. Pergunta-se: aonde vamos parar? Para onde iremos desse jeito? Que país é este?
    Três questões elucubradas pelo meu ambivalente senso comum, no meu sofrido psquè, há pelo menos quarenta anos.
    Nos os próximos trinta ou sessenta anos, sabe lá, comporemos alguns axiomas eternamente editados pela espécie humana: De onde viemos? Quem somos? Para onde vamos? Arrisco tais proposituras por amor à minha espécie e tolerância aos infiéis. Afinal até mesmo no dito primeiro mundo (expressão em desuso, desde o fim do socialismo real e da queda do muro de Berlin), paira a ausência de amor e sentimentos, diria, mais nobres...como “amor ao próximo”...olha eu tergiversando outra vez. Não adianta, sou irremediavelmente romântico, querido Antônio Express, mesmo após aquele famigerado episódio do cruzado norueguês...lembra?
    Portanto não é de hoje que ouvimos falar que o “Brasil é um gigante adormecido”, “um país que vai p’ra frente”. Cadê esse dia que nunca chega?! Outra pergunta que não quer calar: Cadê o dinheiro do “Criança Esperança”? Calma, gente...estou só brincando de ser ingênuo...afinal, como diria o vendido (ou comprado), sei lá, do Arlindo Cruz, “isso é globalização”. Ou seria alienação? Falta de educação..de instrução...de compreensão...ou lá o que seja.

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  5. Prosseguindo,
    publico aqui a
    Carta Aberta aos Professores do Brasil.
    lá embaixo assino...boa leitura!

    "Sou professora no Estado do Paraná e fiquei indignada com a reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima “Aula Cronometrada”. É com grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre as causas do mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS razões que geram este panorama desalentador.
    Não há necessidade de cronômetros, nem de especialistas para diagnosticar as falhas da educação. Há ...necessidade de todos os que pensam que: “os professores é que são incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital” entrem numa sala de aula e observem a realidade brasileira.
    Que alunos são esses “repletos de estímulos” que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridos na era digital? Em que pais de famílias oriundas da pobreza trabalham tanto que não têm como acompanhar os filhos em suas atividades escolares, e pior em orientá-los para a vida?
    Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas essas que infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas brasileiras. Está na hora dos professores se rebelarem contra as acusações que lhes são impostas.
    Problemas da sociedade deverão ser resolvidos pela sociedade e não somente pela escola. Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância, onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não cumprir as obrigações fossem escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os alunos de hoje “repletos de estímulos”
    Estímulos de quê? De passar o dia na rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador, alguns até altas horas da noite, (quando o têm), brincando no Orkut, ou o que é ainda pior envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida. Realmente, nada está bom. Porque o que essas crianças e jovens procuram é amor, atenção, orientação e disciplina.

    continua...

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  6. Rememorando, o que tínhamos nós, os mais velhos, há uns anos atrás de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria. Esperança que se estudássemos teríamos uma profissão, seríamos realizados na vida. Hoje os jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais. Para quê o estudo? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens?
    Quem, dos mais velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos, de ir aos piqueniques, subir em árvores? E, nas aulas, havia respeito, amor pela pátria.. Cantávamos o hino nacional diariamente, tínhamos aulas “chatas” só na lousa e sabíamos ler, escrever e fazer contas com fluência. Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª. Série. Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E tínhamos motivação para isso.
    Hoje, professores “incapazes” dão aulas na lousa, levam filmes, trabalham com tecnologia, trazem livros de literatura juvenil para leitura em sala-de-aula (o que às vezes resulta em uma revolução), levam alunos à biblioteca e a outros locais educativos (benza, Deus, só os mais corajosos!) e, algumas escolas públicas onde a renda dos pais comporta, até a passeios interessantes, planejados minuciosamente, como ir ao Beto Carrero.
    E, mesmo, assim, a indisciplina está presente, nada está bom. Além disso, esses mesmos professores “incapazes”, elaboram atividades escolares como provas, planejamentos, correções nos fins-de-semana, tudo sem remuneração. Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não é cronometrado quando estão cansados. Professores têm 10 minutos de intervalo, quando têm de escolher entre ir ao banheiro ou tomar às pressas o cafezinho. Todos os profissionais têm direito ao vale alimentação, professor tem que se sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso, mesmo que trabalhe 40 h semanais.
    E a saúde? É a única profissão que conheço que embora apresente atestado médico tem que repor as aulas. Plano de saúde? Muito precário. Há de se pensar, então, que são bem remunerados... Mera ilusão! Por isso, cada vez vemos menos profissionais nessa área, só permanecem os que realmente gostam de ensinar, os que estão aposentando-se e estão perplexos com as mudanças havidas no ensino nos últimos tempos e os que aguardam uma chance de “cair fora”.

    Todos devem ter vocação para Madre Teresa de Calcutá, porque por mais que esforcem-se em ministrar boas aulas, ainda ouvem alunos chamá-los de “vaca”,”puta”, “gordos “, “velhos” entre outras coisas. Como isso é motivante e temos ainda que ter forças para motivar. Mas, ainda não é tão grave. Temos notícias, dia-a-dia, até de agressões a professores por alunos. Futuramente, esses mesmos alunos, talvez agridam seus pais e familiares. Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de Moura Castro, que dizia que um país sucumbe quando o grau de incivilidade de seus cidadãos ultrapassa um certo limite.
    E acho que esse grau já ultrapassou. Chega de passar alunos que não merecem. Assim, nunca vão saber porque devem estudar e comportar-se na sala de aula; se passam sem estudar mesmo, diante de tantas chances, e com indisciplina... E isso é um crime! Vão passando série após série, e não sabem escrever nem fazer contas simples. Depois a sociedade os exclui, porque não passa a mão na cabeça. Ela é cruel e eles já são adultos.

    continua...

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  7. Por que os alunos do Japão estudam? Por que há cronômetros? Os professores são mais capacitados? Talvez, mas o mais importante é porque há disciplina. E é isso que precisamos e não de cronômetros. Lembrando: o professor estadual só percorre sua íngreme carreira mediante cursos, capacitações que são realizadas, preferencialmente aos sábados.
    Portanto, a grande maioria dos professores está constantemente estudando e aprimorando-se. Em vez de cronômetros, precisamos de carteiras escolares, livros, materiais, quadras-esportivas cobertas (um luxo para a grande maioria de nossas escolas), e de lousas, sim, em melhores condições e em maior quantidade... Existem muitos colégios nesse Brasil afora que nem cadeiras possuem para os alunos sentarem. E é essa a nossa realidade!
    E, precisamos, também, urgentemente de educação para que tudo que for fornecido ao aluno não seja destruído por ele mesmo Em plena era digital, os professores ainda são obrigados a preencher os tais livros de chamada, à mão: sem erros, nem borrões (ô, coisa arcaica!), e ainda assim se ouve falar em cronômetros.
    Francamente!!! Passou da hora de todos abrirem os olhos e fazerem algo para evitar uma calamidade no país, futuramente. Os professores não são culpados de uma sociedade incivilizada e de banditismo, e finalmente, se os professores até agora não responderam a todas as acusações de serem despreparados e “incapazes” de prender a atenção do aluno com aulas motivadoras é porque não tiveram TEMPO. Responder a essa reportagem custou-me metade do meu domingo, e duas turmas sem as provas corrigidas. Vamos fazer uma corrente via internet, repasse a todos os seus!
    Grata! Vamos começar uma corrente nacional que pelo menos dê aos professores respaldo legal quando um aluno o xinga, o agride... chega de ECA que não resolve nada, chega de Conselho Tutelar que só vai a favor da criança e adolescente (capazes às vezes de matar, roubar e coisas piores), chega de salário baixo, todas as profissões e pessoas passam por professores, deve ser a carreira mais bem paga do país, afinal os deputados que ganham 67% de aumento tiveram professores, até mesmo os "alfabetizados funcionais".
    Pelo amor de Deus somos uma classe com força!!! Somos politizados, somos cultos, não precisamos fechar escolas, fazer greves, vamos apresentar um projeto de Lei que nos ampare e valorize a profissão.

    Vanessa Storrer - professora da rede Municipal de Curitiba!
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    Assino embaixo desta lúcida colega...Que Deus nos ilumine!!!

    Att,

    Abisaí Leite – Professor da rede Estadual do Rio de Janeiro

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  8. Concordo plenamente com a professora Vanessa e com você, Abisaí. Mas acho que aqui neste país, as providências necessitam de ainda de mais elementos radicalizadores.

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