quarta-feira, 23 de julho de 2014

Fenômenos


Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro




O amor tem vida útil breve, presidente Dilma















Estamos diante de um fenômeno político/econômico/social muito interessante e intrigante. Embora a economia esteja mal, sob ameaça de estagflação (estagnação em cenário de inflação), com previsão de PIB negativo este ano, a Bolsa de Valores tem subido nos últimos dois meses. E com uma peculiaridade marcante: sempre que as pesquisas eleitorais indicam queda das intenções de voto na presidente Dilma Rousseff, o índice Ibovespa dispara.

Este fenômeno só tem uma explicação: o chamado mercado rejeita Dilma Rousseff, quer tirá-la do poder e faz questão de demonstrar essa intenção. É um perigo. A flagrante rejeição do mercado é muito pior do que a rejeição dos eleitores, que também está aumentado nas últimas pesquisas, fazendo acender o sinal vermelho na campanha do PT, que virou uma espécie de Babel, com uma nítida divisão entre os lulistas, que são ampla maioria, e os dilmistas, que se contam nos dedos.

Na verdade, Lula jamais transferiu inteiramente o poder a Dilma, e o PT apenas aceitou-a, pois a decisão de lançá-la candidata a presidente partiu única e exclusivamente de Lula. Mas em 2010, tudo eram flores, a economia brasileira crescia em índices asiáticos, o mercado estava satisfeitíssimo com Lula. E como todos sabem, quem manda nesse país é o mercado, agora também conhecido pelo codinome de “elite branca”.

Mas Dilma é o oposto de Lula. Não tem carisma, não sabe transmitir otimismo e empolgar a elite branca e as massas. Vive a fazer caras e bocas, parece entediada e não respeita a dignidade do cargo, que inclui regras de comportamento. Imagine-se se algum dia a chanceler alemã Angela Merkel se deixará ser fotografada em idênticas condições… Claro que não. Ela sabe se comportar, nada de caras e bocas.

Agora Dilma está nas mãos de Lula. Em 2010 ele lutou como um leão, percorrendo o país inteiro para pedir votos e conseguiu elegê-la contra um candidato forte como José Serra, que saiu na frente na campanha e depois foi caindo nas pesquisas, exatamente como está acontecendo agora com Dilma.

A grande dúvida é saber se Lula vai mergulhar nessa campanha com a mesma disposição. Pessoalmente, acredito que não, até por que ele já deixou claro que não pretende acompanhá-la nas viagens aos Estados. Dilma irá para um lado e Lula irá para outro. Ele preferiria viajar consigo mesmo, mas infelizmente desta vez não vai dar.



2 comentários:

  1. Momento propicio para fazer constar em Decreto com Urgência Urgentíssima, que o Teto permaneça congelado até que o Salário Mínimo alcance e se constitua em digno e “sustenta-dor” dízimo.
    PS. Nesse interregno, presenciaremos um período nunca antes vivido nesse pais, qual seja, o de chorosa estabilidade e deflação haja visto o expresso e generalizado desejo de manter o poder de compra do então estagnado teto.
    PS2. À Presidente para “considera-ações”, sobre essa forma de digna “Expressa Devolução e Distribuição”.

    PFGJ - São José do Rio Preto - São Paulo

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  2. Mais um ato da comédia do Gran Circus Petralis, tudo sempre para o futuro, como se não estvivessem há 12 anos no poder! O promessinha de São Bernardo fez escola. A gerentona Padrão Felipão, agora está colocando nas eternas obras, placas com os dizeres: Entrega e X meses, mas não coloca a data de início! Essa cleptocracia stalipestisma acha que somos 200 milhões de idiotas.

    Souza - RJ - Rio

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