segunda-feira, 18 de abril de 2016

O Inferno Astral de Dilma e seus Pecados Mortais

*O maior pecado de Dilma foi a soberba, que a deixou isolada
Por Antonio Siqueira - Do Rio de Janeiro


@arte_antonio_siqueira_politica_afins


























Dilma Rousseff (PT) chegou às portas de um inferno político que o Brasil acreditava terem sido cerradas com o impeachment de Fernando Collor de Mello em 1992. A presidente, que teve a abertura do pedido de impedimento aceita neste domingo (17) pela Câmara, costumava colecionar culpados pela debacle de seu governo. Ora ela culpava a imprensa, ora a oposição. Mais recentemente, seu alvo era o vice-presidente, Michel Temer (PMDB-SP), a quem acusava abertamente de ser golpista, já que vinha articulando a formação de um eventual governo caso Dilma fosse impedida.

Se adversários se aproveitaram de suas falhas, isso é da dinâmica da política, mas Dilma e o PT de Lula construíram aos poucos os erros que levaram à ruína política sobre a qual se debatem agora.

A tradição católica estabeleceu, quando o papa Gregório 1º organizou em 590 uma lista do monge grego Evágrio do Ponto (345-399), sete pecados capitais que levam a humanidade à danação. Santo Tomás de Aquino e o escritor Dante Alighieri popularizaram o conceito.

Acima de todos eles está a soberba, que permeia os demais. O temperamento difícil e a falta de urbanidade política de Dilma cobraram um preço alto ao fim.

Enquanto ela era a “faxineira” da corrupção e a “gerentona” no seu primeiro mandato, imagem que bem ou mal durou até a eleição de 2014, ela colecionou desafetos. Sua inapetência para a política congressual é notória. O troco veio agora.

O fator estrutural mais importante, contudo, é a ruína econômica. Dificilmente teria sido aceitado o impeachment se o país estivesse bem das pernas. Não está, muito por causa do pecado da preguiça do governo em não aceitar a realidade. Em vez de ouvir alertas, o Planalto acelerou uma política iniciada por Lula em 2010 de populismo econômico.

Erros se sucederam. A “Nova Matriz Econômica” com suas desonerações, juros artificiais e irresponsabilidade fiscal, as pedaladas que geraram o fato frio do impeachment, a política de preços do setor elétrico e a gestão ruinosa da Petrobras – mais que a corrupção, foram ordens erradas que ajudaram a quase quebrar a petroleira e sua enorme cadeia econômica.

O ano de 2015 foi perdido com a tentativa malfadada de ajuste fiscal capitaneada por Joaquim Levy. Acabou com o pagamento do “papagaio” das pedaladas, quase uma admissão de culpa. O aumento do desemprego coroou a queda final junto aos poderosos da economia.

Outros pecados são identificáveis: a gula da corrupção identificada pela Operação Lava Jato, a avareza ao se apegar a conceitos antigos em vez de tentar entender o recado das ruas nos protestos de 2013, a luxuriante propaganda eleitoral de 2014.

Por fim, o ex-aliado PMDB está em dois erros mortais. Primeiro, estabelecer uma relação de ira com Eduardo Cunha, o colérico e enrolado presidente da Câmara. Segundo, a inveja final de ver Michel Temer emergir da condição de “vice decorativo” para a de potencial herdeiro do reino petista.



4 comentários:

  1. O resultado de domingo é uma derrota de Dilma, do PT e daquilo que se chama de esquerda. Como sair dessa?

    Nos anos 1970 do século passado, como Dilma, o uruguaio José (Pepe) Mujica estava na cadeia. Em 2010 Pepe elegeu-se presidente. Continuou vivendo na modesta chácara das cercanias de Montevidéo, dirigindo seu velho fusca e brincando com Manuela, sua cachorra de três patas. Basta olhar para seu exemplo.

    Fernanda Assis - Forest City - North Carolina - US

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  2. voltou a dizer que a expectativa esta semana é que o STF permita a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil, decisão pautada para amanhã. A eventual liberação de Lula é vista no Planalto como um trunfo para reaglutinar forças aliadas.
    Está feia a coisa. No placar do Estadão, o número de senadores que apoiam o impeachment já chega a 46, ou seja, há 5 votos a mais, pois o necessário são apenas 41. A Folha aumenta para 48 a 19, enquanto O Globo vai além e fala em 50 senadores a favor de afastar Dilma. Ela melhor faria se renunciasse logo, para permitir que o país volte à normalidade institucional. Mas a vaidade não o permite. Quanto a Lula, o relatório de Gilmar Mendes é devastador. Dificilmente os outros ministros deixarão de acompanhar o parecer dele. Lula também já era.

    Roberto - Rio
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  3. Não vejo em Temer o “salvador” da Pátria. Contudo, a descrença que buscam colar nele, vai contra a nação, a constituição e o bom senso.
    Temer é traidor? Os petistas dizem que sim. Alguém mais?
    O que ele deveria ter feito? Defendido, abertamente, o governo doente, senil, esquizofrênico e corrupto de Dillma? Deveria defender aquelea que não lhe soube ouvir, utilizar e valorizar?
    O PT e seus líderes (ou seriam donos?), em algum momento, valorizam seus aliados e com quem deveriam dividir tudo? Tudo, sim. Afinal, Temer carregou os votos dos PMDBistas para eleger e reeleger Dillma! Esqueceram isto? Ora, dizem que Temer não tem voto! Mentira. Temer levou grande parte do PMDB para os dois governos Dilmeses.
    O PT, Dillma, Lulla e o resto da turma, mentem o tempo todo.
    É golpe! Não existe crime. Dillma não pedalou: outros fizeram e continuam fazendo – governadores/prefeitos, sem bancos, fizeram o mesmo; a Câmara aprovou, retroativamente; foi Arno Augustin que fez e escondeu.
    Se o povo, ou uma boa parcela dele, tivessem cabeça/neurônios, esta gente não estaria mais no país!
    E diante do inevitável destino que se avizinhava, com a aprovação do parecer e seu encaminhamento à votação na Câmara, que resposta e solução Dillma e a quadrilha encontraram?
    A compra votos de “nobres” parlamentares. Entregar o estado brasileiro a qualquer um, de qualquer forma, por qualquer preço seria o golpe final à verdade. E tudo ficou nas mãos sujas, sob o comando total de Lulla, o chacal. E o grande líder e herói do povo brasileiro (do mesmo que José Dirceu também é líder), num quarto de hotel, montou sua barraquinha para vender pedaços do país e comprar frutas podres. Este último ato de Lulla demonstra, de forma irretocável, o verdadeiro “cara” que ele é!
    Claro que Temer é um profissional da política. Claro que o PMDB é um saco de gatos. Que partido não o é? E por favor, não digam que, coletivamente, os redistas, psóisistas, comunistas e os pedetistas são melhores que os demais. Alguma dúvida que, chegando ao poder, praticarão atos condenáveis? Basta olhar os governos municipais/estaduais onde participam.
    A proposta de “eleições” para substituir a ambos, mesmo antes de puni-los e caçar seus mandatos, tem mais do que cheiro de solução.
    Dillma cometeu crime e será punida. Antes de querem punir Temer, é preciso indicar os crimes e julgá-lo.

    O PT, tendo perdido o caráter e agora o governo, continua acusando a oposição de golpe.
    Agora, “constitucionalistas e deputados/senadores de araque”, atropelando tudo, querem rasgar a constituição de verdade?
    Tomara que “cuspir na cara”, como fez o “nobre” deputado Jean Wyllys, cujo ato deve ser denunciado e punido por falta de ética, moral e atentado aos bons costumes (mesmo que não saiba do que estou falando), não seja a forma escolhida por alguns, de agir em relação a democracia e a constituição.

    Antonio Carlos

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  4. Nesse domingo passado(17), vi e ouvi a admissibilidade de impeachment contra a presidente Dilma.
    Assisti inúmeros deputados criadores e donos da moralidade e da honestidade, bradarem as maiores contestações por aquela reunião de tamanha importância ser presidida pelo depurado Eduardo Cunha, investigado por corrupção de vários tipos, até aí até aceitável.
    No entanto, por mais boa vontade que tenha, não consigo entender qual o motivo dos falsos moralistas calarem a respeito do comandante contra o impeachment no Senado, político com contas a acertar com a justiça, com quantidade de processos talvez iguais o superiores ao de Cunha.
    O mínimo que posso classificar essa atitude é de incoerente e hipócrita .
    Leiam o que diz Josias de Souza na matéria intitulada:

    Dilma ataca Cunha, mas adula Renan Calheiros.
    “De tanto lidar com o cinismo, o brasileiro vai adquirindo uma certa prática. Já percebeu que há método na demência do governo petista. Durante 13 anos, o PT engordou a si e aos seus aliados com mensalões e petrolões. Interrompido o fluxo do dinheiro, os parceiros viraram os escorpiões que picaram Dilma na Câmara e se preparam para fazer o mesmo no Senado.
    Quem conhece bem Renan sabe como isso vai acabar. O suposto aliado não é mais imprevisível. É um personagem tristemente previsível. Vá lá que Dilma, no desespero, não consiga enxergar que fará no Senado o mesmo papel de boba que desempenhou na Câmara. Mas não precisa ofender a inteligênia alheia fingindo que negocia com Renan como se nada tivesse sido descoberto sobre ele.”
    Portando meus amigos, diante de toda essa falta de caráter, os palhaços somos nós eleitores.

    VAL - Itajaí SC

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