segunda-feira, 20 de junho de 2016

Robotização e a maldição do trabalho

Por Fernando Figueiredo - De Niterói




A organização tradicional que conhecemos
segue os princípios de Ronald Coase


















Será possível se acabar com a maldição bíblica com a qual Deus teria criado o trabalho? (com o suor do teu rosto comerás o teu pão). O utopista inglês Thomas More foi o primeiro a falar numa sociedade onde todos os cidadãos teriam um rendimento básico para viver e o marxismo previa uma Será possível se acabar com a maldição bíblica com a qual Deus teria criado o trabalho? (com o suor do teu rosto comerás o teu pão). O utopista inglês Thomas More foi o primeiro a falar numa sociedade onde todos os cidadãos teriam um rendimento básico para viver e o marxismo previa uma sociedade onde as máquinas produziriam as riquezas, liberando parcialmente os homens do trabalho.

 A crescente robotização é mais uma ameaça de desemprego do que de diminuição de horas de trabalho e aumento do tempo dedicado ao lazer.

 Porém, a utopia ressurge com outras feições, o governo brasileiro criou uma distribuição automática de um rendimento mensal para a população em extrema pobreza, sem a contrapartida do trabalho, a Bolsa Família, embora mínima e ridícula no valor, essa pequena soma distribuída para 15 milhões de famílias incentivou a geração de renda e permitiu-lhes sair da miséria.

 A Finlândia deverá testar, no próximo ano, uma adaptação do princípio de um rendimento básico para a população das regiões mais afetadas pelo desemprego.

 Durkheim dizia que o trabalho não podia ser visto apenas pelo aspecto econômico mas como um fator de integração social. O autor afirmava que a divisão do trabalho é “condição necessária do desenvolvimento material e intelectual das sociedades. “(..) é a fonte da civilização.”

 Economistas, políticos e sociólogos devem repensar suas teorias na perspectiva de uma alternativa social pós-marxista e pós-capitalista, diante da falta de solução para o crônico e crescente problema do desemprego, sujeito a se agravar com a robotização, pela qual uma grande parte da riqueza nacional seria repartida entre o povo, sem que se possa considerar o Estado como assistencialista.

Um comentário:

  1. A robotizaçao é ferramenta preciosa do capitalismo assassino, meu caro cronista. Excelente artigo.
    A palavra "trabalho" é advinda do latim "tripalium", instrumento cruel de tortura da idade antiga; possivelmente inventado pelos etruscos que antecederam a civilização romana do séc 760 a.c.

    ResponderExcluir