sábado, 15 de março de 2014

A ditadura financeira apocalíptica: um mundo humano terminal



Por Antonio Siqueira - do Rio de Janeiro






       
















     



      Entramos na verdadeira Era da Incerteza. O mundo está em transe, porque não se pode conciliar a miséria absoluta e a riqueza total. Isso será sempre impossível.  Neoliberalismo e globalização são meros eufemismos para apelidar o que na verdade funciona como uma ditadura financeira transnacional, que tenta alcançar uma situação verdadeiramente utópica e inviável — a convivência pacífica entre a miséria absoluta e a riqueza total. É óbvio que isso é impossível e representa uma condição de altíssima irresponsabilidade, porque funciona como uma bomba-relógio, que cedo ou tarde irá explodir.

      Aliás, já está até explodindo em diferentes países, inclusive do chamado Primeiro Mundo. Aqui no Brasil, as manifestações se repetem, cada vez mais violentas, como se viu sexta-feira em São Paulo, e a aproximação Copa do Mundo funciona como um rastilho de pólvora rumo ao desconhecido.
Governantes, parlamentares, cientistas políticos, filósofos, jornalistas, sociólogos e intelectuais de todo tipo estão atônitos. As manifestações ocorrem nas mais diversas nações. O ponto em comum é que os jovens exigem uma vida melhor, mas não há nada que se possa oferecer a eles, porque os governos da maioria dos países (com as exceções de praxe) estão curvados à ditadura financeira internacional.

      O comunismo fracassou e o capitalismo também permanece injusto e perverso. Sobrou a social-democracia dos países nórdicos, que é uma espécie de meio-termo, com Estados fortes e influentes em países bem resolvidos economicamente, onde não existe abismo profundo entre os maiores e os menores salários, situação que caracteriza o chamado capitalismo selvagem. Sobrou também o que poderíamos classificar como capitalismo de Estado, adotados pela China, Coreia do Sul e Vietnã.

     O Brasil vinha desenvolvendo seu próprio modelo de capitalismo de Estado, chegou a ser o país de maior desenvolvimento no século passado, ultrapassando a Alemanha e o Japão, mas os “modernismos” de Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff nos fizeram dar uma bela recuada. E agora estamos mergulhados na mesma Era da Incerteza que fustiga a maioria das nações. A grande diferença é que o Brasil tem todas as condições de se desenvolver sustentavelmente (recursos minerais abundantes, maior potencial agrícola do mundo, quinto maior país em extensão, sexto em população, e com razoável grau de industrialização).

     Só precisa de governantes competentes. Mas onde encontrar algum político confiável? Estamos num deserto de homens e ideias, como dizia o genial Oswaldo Aranha.



3 comentários:

  1. Cada dia me impressiona mais a sua visão deste mundo cão, meu amigo. O que me consola é saber que tu também te dedicas às maravilhas deste mesmo mundo. Imprimi para citar em sala de aula. Abraços e saudações vascaínas.

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  2. Adotar um conceito de realidade paralela e viver. Lutando contra as indiferenças deste mundo cruel, como sempre!

    Marcelo RJ

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  3. Até que ponto vivemos numa ditadura financeira?
    A falta de capacidade e capacitação não contam?

    V.

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