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A guerra - Pablo Picasso - 1952 |
Picasso não foi apenas um inovador da pintura contemporânea. Seus quadros, como este que ilustra esta página, batizado de
A Guerra, mostra todo o seu horror pelas hecatombes humanas. Sua visão humanística não considerava as guerras como inevitáveis. A
Segunda Guerra Mundial resultou de terríveis contradições. Seu custo em vidas humanas foi muito alto e cidades inteiras desapareceram do mapa. Mais de setenta milhões de vidas foram ceifadas durante os bombardeios de centros populosos e interiores, a imensa maioria na Europa. Os campos de extermínio nazistas executaram industrialmente, seis milhões de judeus. Uma arma terrível – a bomba atômica – foi lançada pela primeira vez sobre duas cidades: Hiroxima e Nagasaki. Com a vitória das forças democráticas, mais a antiga União Soviética contra o totalitarismo fascista, a humanidade pensou que um novo mundo surgia sob o signo da paz... Ledo engano.
Charles Darwin criou a Teoria da evolução, desacreditando as explicações religiosas sobre o surgimento da humanidade. Darwin não acreditava em Deus, mas a igreja interferiu em sua vida científica. Ele hesitou em publicar
A Origem das Espécies, sua obra-prima sobre a evolução, por que não queria ofender a esposa, Emma, que, aliás, era prima de Darwin... Assim como
Francis Galton, pensador brilhante fez grandes contribuições às diversas ciências, da estatística à criminologia. Ele também foi o primeiro a ver um significado político nas teorias do primo Darwin. Galton é o criador da eugenia, interpretação do darwinismo que prega ser possível acelerar a evolução – bastaria acabar com as pessoas menos inteligentes – Uma teoria infame que agradou muito a
Adolf Hitler e, conseqüentemente, transformou-se na plataforma unilateral dos
Nazistas. O nazismo é um “
ensopado” indigesto e inconclusivo, uma farofada conceitual que mistura Bismark, Nietzsche, neopaganismo, eugenia, darwinismo social e, claro, anti-semitismo. Os nazistas não eram tão imbecis assim e queriam evitar um conflito direto com os EUA. Por isso, até 1941, diziam que os norte-americanos eram “gente fina”, mesmo havendo muitos judeus em sua população. Conversa que, evidentemente, não fazia nenhum sentido para o
Japão Imperial. Aliado da Alemanha desde 1940, o Japão importou e adaptou os conceitos raciais nazistas. Porém, pegou mais pesado: Sua proposta era expulsar os exploradores brancos da Ásia e da Oceania. Em sete de dezembro de 1941, os nipônicos atacaram a base yanque de
Pearl Harbor. Isso arrastou os EUA para a Segunda Guerra Mundial.
O que mais assusta nestas conexões é que, independente destas mesmas terem provocado, de certa forma, um genocídio histórico sem precedentes; ainda mata-se e com muito mais regularidade do que nas duas grandes guerras do século XX e o século XXI ainda é o século dos grandes carniceiros; alguns ainda vivos outros mortos. A dura realidade humana é que vivemos numa era de matanças sem limites. A ONU deveria representar o interesse de todos os povos em viver num mundo em paz, de compreensão e cooperação internacional. Porém, nunca passou de uma liga de Estados com interesses unilaterais e até coniventes com os desmandos internacionais. Exemplos latentes como a ‘eterna’ tortura promovida por Israel à decapitada Palestina, as invasões do Iraque em 1992 e 2003 pela famigerada Bush Family, a ocupação do Afeganistão com pretexto de caçar terroristas financiados pelos próprios norte-americanos (estes mesmo, facilitaram e muito as ações de
11 de setembro de 2001 em seu próprio território com interesses que parecem absurdos, mas que coexistem com os fatos), os extermínios em massa de povos africanos e de inúmeros povoados balcânicos e, mais recentemente, a guerra dos cinco dias causada pela invasão da Rússia à sua antiga República separatista, Geórgia, onde cinco mil cidadãos foram mortos, torturados e desabrigados por mercenários cossacos e o atual
Terrorismo de Estado em países como Líbia, Egito, Yemem e Síria relativos à
Primavera Árabe nos dão à terrível estatística de cem anos de guerras promovidas por assassinos institucionais.
A
Nova Ordem Mundial insiste em sobreviver como um fantasma global e a provocar essa hecatombe social e civilizacional, onde teorias conspiratórias apenas funcionam como pavios tortos que explodem sempre para o lado mais fraco. A miséria se multiplica aos pés de uma globalização construída sobre os pilares da ignorância de um planeta ainda feudal e arcaico no sentido exato da compreensão, onde não cabem revoluções de ideais ou manifestações de descontentamento, pacíficas. O poder não emana do povo como sonharam os Iluministas, equivocados e guilhotinados e, no que concerne ao poder ocidental, apesar das aparentes boas intenções; só serviram de base para a grande desgraça mundial. É preciso que haja uma reflexão profunda que parta de alguma inteligência além deste mundo humano e apodrecido, que nutra com o mínimo de bom senso e arbítrio evolutivo os reais motivos de existirmos ainda... Antes que seja muito tarde, pois o tempo urge e a hora do acerto de contas com infinito se faz cada vez mais presente.
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